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'Uber dos caminhões' promete baratear transporte de cargas em até 30%

Tecnologia semelhante à utilizada no transporte de passageiros programa rotas para que caminhoneiros não tenham ociosidade

Fonte: divulgação

Um sistema voltado ao carregamento de cargas similar ao serviço de transporte de passageiros Uber promete otimizar a utilização de caminhões no Brasil e baratear custos em até 30%. A tecnologia do “Uber dos caminhões” programa as rotas para que os motoristas tenham carga também nas viagens de volta. 

O sistema foi criado por um dos ex-sócios do Uber de passageiros, e está sendo implantada no país pela CargoX. A empresa de logística começou a operar no país em novembro e teria cem mil caminhoneiros cadastrados, sendo que mil deles já estariam transportando cargas por meio da plataforma.

O usuário Bruno Mendes afirma que o uso do aplicativo tem tornado raros os momentos em que seu caminhão fica parado. Segundo o caminhoneiro, ele transporta até quatro cargas semanais desde que adotou o sistema. 

Mendes explica que o sistema indica os profissionais disponíveis, as cargas que precisam ser transportadas, o destino e o tipo de veículo necessário. Para ser integrado ao sistema, o caminhoneiro passa por uma análise de gerenciadoras de risco, que avaliam a habilitação do profissional, histórico nas estradas e também se o veículo está de acordo com as exigências legais.

O diretor de logística da CargoX, Alan Rubio, explica que há dois formatos de carregamento. Um deles é para a chamada carga sopt, para aquele embarcador que tem uma carga por mês ou cargas eventuais. O outro formato é para quem tem cargas constantes.

“Para o spot, basta ligar ou entrar na nossa plataforma e colocar as categorias da carga dele. Nós vamos identificar o melhor caminhoneiro e mandar para o carregamento”, conta Rubio.

Diferentemente de outros aplicativos, que apenas aproximam por distância e interesse os caminhoneiros dos contratantes, o novo serviço conta com uma equipe que programa também a viagem de volta.

Uma das maiores dificuldades dos cerca de um milhão de caminhoneiros autônomos existentes no Brasil, de acordo com Alan Rubio, é obter carga de retorno. “Eles andam com pelo menos 40% de ociosidade, o que afeta o meio ambiente e as rodovias, e onera o valor do transporte”. 

A utilização do aplicativo faria com que o os veículos circulassem quase sem ociosidade.

O coordenador de operações da CargoX, Guilherme Miranda, afirma que a empresa responde pelo processo de documentação, recolhimento de impostos e pagamento dos motoristas. “O cliente tem a segurança de uma transportadora e o caminhoneiro tem a segurança da empresa”, diz.

Cerca de 50% da base de caminhoneiros cadastrados pela empresa está na região Centro-Oeste do país e já fazendo uso do aplicativo, informa o diretor de logística. “E os produtores também já estão nos contatando para não deixar a mercadoria deles parada”, afirma Alan Rubio

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