A Operação Semana Santa do Ministério da Agricultura apontou, em 2017, redução na fraude econômica na comercialização de pescados. Segundo o governo, o resultado positivo está relacionado à análise de DNA implementadas na rotina de fiscalização desde 2015.
O tipo de fraude mais comum registrada na semana da Páscoa é a comercialização de pescado inferior se passando por um tipo mais caro. Entre 2015 e 2017, esse tipo de golpe diminuiu 23% de acordo com análise feita em 150 amostras de 52 empresas. As irregularidades, segundo o ministério, foram encontradas em duas marcas brasileiras: a Pesqueira Pioneira da Costa, de Santa Catarina, e a Mar de Sol Indústria de Pescados, do Rio de Janeiro.
“Antes de termos esse mecanismo de comprovação via DNA ficava difícil a comprovação. Apesar de nos casos suspeitos nós agirmos, essa comprovação laboratorial era fundamental pra que a gente pudesse efetivamente fazer as punições”, disse o chefe de Serviço de Investigação de Violações e Notificações do Ministério da Agricultura, Paulo Humberto Araújo.
O ministério reforça que a irregularidade reflete em perdas econômicas e não sanitárias. “É muito desagradável para o consumidor comprar um peixe, por exemplo, um linguado ou um surubim e, na hora de preparar, perceber que aquele peixe não tem o gosto esperado. De alguma forma, o consumidor se sente lesado por ter pagado mais caro por um peixe que não era o que você queria”, falou Paulo.
Além da troca de espécies, o Mapa também investiga outras fraudes, como a adição de substâncias químicas que provocam inchaço no peixe e o não desconto, na balança, da camada de gelo que reveste.
Como não cair na armadilha
Para fugir do problema, o consumidor precisa ficar atento. Na Semana Santa, quem tem experiência, costuma sair na frente na escolha de pescados de qualidade. “Eu pego a barriga do peixe e verifico a barriga, que não pode estar mole. Eu também verifico a coloração e as escamas, que não podem estar soltas”, disse aposentada Francisca Pakehana, enquanto escolhia o prato para o feriado.
Já a advogada Alessandra Ramos disse que olha sempre a coloração do peixe e observa algumas características. “O filhote do surubim é mais amarelado, por exemplo, por ter uma carne mais branca. Por fora, no entanto, eles são muito semelhantes e é preciso estar sempre atento”, disse.
O governo orienta o consumidor a prestar atenção em outros detalhes, como sugere Paulo. “Procure produtos que tenha inspeção e não deixe de ler o rótulo, no qual o fabricante coloca uma informação com letras pequenas para não ressaltar algumas características de seu produto. Por fim, a dica é ficar atento aos produtos muito baratos, que pode indicar a ocorrência de alguma frase”, finalizou.
compra 80 reais, ele está vendendo a 20, alguma coisa deve estar errada, então pode estar embutido nesse preço muito baixo algum tipo de fraude.
Onde reclamar?
O Ministério da Agricultura orienta os consumidores a denunciar irregularidades na ouvidoria da pasta pelo telefone: 0800-704-1995, pelo e-mail ouvidoria@agricultura.gov.br ou pelo próprio site da pasta www.agricultura.gov.br
Outro lado
A empresa Pesqueira Pioneira da Costa informou, por meio de nota, que não foi autuada sobre a fraude e que não teve acesso ao exame de DNA. Confira o comunicado na íntegra:
“Em resposta à reportagem que aponta uma suposta fraude na comercialização de Sardinha, a Pesqueira Pioneira da Costa informa que, até o presente momento ,não foi autuada sobre a suposta mistura de espécies ou mesmo de qualquer exame de DNA que a comprove.
A empresa repudia o vazamento de informações que não condizem com a realidade, especialmente porque não oferecem à empresa a oportunidade de defesa para prestar os devidos esclarecimentos à população.
Por fim, esclarece que quaisquer informações que as autoridades entendam necessárias poderão e serão oportunamente apresentadas onde devem ser discutidas, ou seja, perante os órgãos responsáveis.
Veicular, neste momento, notícia oficiosa é promover o linchamento público de uma empresa que há mais de 50 anos presta excelentes serviços à população e emprega milhares de pessoas direta e indiretamente”
Já a empresa Mar de Sol Indústria de Pescados não respondeu à solicitação de esclarecimento até o fechamento da reportagem.