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Venda de máquinas agrícolas cai e aumenta busca por oficinas mecânicas

Com juros mais altos e menor oferta de recursos para financiamentos, produtores rurais investem mais na manutenção de maquinário antigo

Fonte: Reprodução

O baixo volume de vendas de máquinas agrícolas neste ano, associado a juros mais altos e menor oferta de recursos para financiamentos, está provocando um aumento na busca por oficinas mecânicas para consertar equipamentos mais antigos. Em São Paulo, uma concessionária de tratores e colheitadeiras acusa crescimento de 15% na procura por assistência técnica.

No acumulado dos quatro primeiros meses de 2016, houve queda de quase 41% na venda de tratores no país e de 20% na de colheitadeiras, em comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, o novo Plano Safra trouxe menos recursos subsidiados para as linhas de financiamento de máquinas e implementos. No principal programa de aquisição, o Moderfrota, os valores foram reduzidos em cerca de 50%, atingindo R$ 5 bilhões. O Pronamp, destinado ao médio produtor rural, a previsão é de queda de 20%, na comparação com o último plano, ficando em R$ 4,2 bilhões. No total, nas linhas que financiam investimentos, os recursos do Plano Safra ficaram 10% mais enxutos, caindo de R$ 38 bilhões para R$ 34 bilhões.

Esse cenário tem estimulado os produtores rurais a investir na manutenção de suas máquinas antigas, o que traz alívio para as concessionárias. Segundo Vera Lucia Gadotti, proprietária da Tratorag, em Piracicaba (SP), a retração nas vendas chega a 10%. “Mas compensamos com a atividade de assistência técnica, que melhorou 15%”, diz ela.

Carlos Choary, da concessionária Fortrac, também de Piracicaba, onde a produção de cana-de-açúcar está em alta, está vendo resultados melhores do que os previstos. “Como o preço da cana está bom, os produtores estão otimistas e já começaram a aquisição de máquinas. Nada num volume muito acima da realidade, mas melhor do que vinha vindo”, afirma.

Morosidade

Na opinião do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, o montante de recursos destinados à aquisição de máquinas agrícolas é adequando. O gargalo, segundo ele, é a morosidade na liberação dos financiamentos pelos bancos. 

Segundo o executivo, os negócios precisam ser realizados com rapidez porque as máquinas têm que chegar ao campo na época adequada. “Se chegar depois, você perde o momento que assegura os níveis de produtividade para continuarmos tendo safras recordes”, diz Megale.

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