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Vinhos: Simples Nacional reduz imposto e ajuda a ampliar vinícolas

Empresas familiares do Rio Grande do Sul estão conseguindo profissionalizar os negócios e até baixar o preço da garrafa depois de optar pelo regime tributário

taça de vinho
Foto: Pixabay

No Rio Grande do Sul, vinícolas familiares estão investindo na ampliação do negócio depois que aderiram ao Simples Nacional. Desde janeiro, as empresas podem optar por esse regime tributário, que tem a redução de impostos como principal vantagem.

Um levantamento do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) mostra que as vinícolas podem gastar até 60% menos com impostos se adotarem o sistema simplificado, um regime que recolhe menos tributos, desburocratiza a atividade e aumenta a possibilidade de aumentar a competitividade do setor.

Para o gerente de promoção da Ibravin, Diego Bertolini, a regulamentação auxilia o pequeno produtor a investir em sua vinícola e a levar produtos diversificados para o consumidor de vinho, que, segundo o gerente, não é tão fiel quanto o de outras categorias de produtos e gosta de novidades. “A gente dá instrumento para essas pequenas empresas se profissionalizarem e começarem a desenvolver estratégias para o mercado. É um setor que se orienta menos à produção e mais ao mercado”, diz Bertolini.

A principal condição para aderir ao Simples é quanto ao faturamento anual da empresa, que não pode ser superior a R$ 4,8 milhões. O representante do Ibravin lembra que o proprietário da vinícola deve se informar bem antes de optar pelo sistema simplificado. “Tem que ter uma análise do modelo de negócio em que essa indústria atua”, alerta.

Menor preço

Além de as vinícolas ganharem com a redução dos impostos, os consumidores que compram em lojas físicas ou outras plataformas também pagam menos. A empresa do enólogo Roberto Cainelli, a vinícola Cainelli, faz parte das 229 que já aderiram ao Simples Nacional; com isso, foi possível reduzir o valor da garrafa ao consumidor em 30%. “Hoje, a gente consegue deixar na gôndola um produto ao preço que a gente queria, para o nicho e com a margem de lucro que a gente queria”, diz Cainelli.

O enólogo reduziu em 26% o gasto com pagamento de tributos de janeiro a junho deste ano, comparado ao mesmo período de 2017, o que resulta na possibilidade de aumentar o investimento. “Nós estamos conseguindo administrar e criar o nosso próprio e-commerce. Também é o primeiro ano em que nós vamos contratar pessoas para trabalhar na nossa área comercial”, afirma.

Uma pesquisa feita pelo Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra que, ao optarem pelo simples, esses estabelecimentos têm mais chances de permanecer no mercado em relação aos que seguem outros regimes tributários. Para o coordenador estadual de projetos da vitivinicultura do Sebrae-RS, André Bordignon, o principal motivo das empresas do setor fecharem é a burocracia e o valor dos impostos.

“Com essa questão do simples, nós estamos melhorando essa relação e favorecendo essas pequenas empresas para elas terem maior competitividade no mercado”, diz Bordignon.
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