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Saiba por que apenas 1% dos pecuaristas faz seguro pecuário

A ferramenta é eficiente para se prevenir financeiramente da morte de exemplares por acidentes e doenças, mas não há cobertura para o principal problema do setor

Fonte: Gabriel Jabur / Agência Brasília

O seguro pecuário é uma ferramenta eficiente para se prevenir financeiramente da morte de exemplares do rebanho por acidente ou doença. Engasgamento, ingestão de corpo estranho, picada de cobra, raio e afogamento estão entre as coberturas. No entanto, essa forma de proteção do patrimônio ainda não cobre o principal problema enfrentado pelos pecuaristas: os roubos e furtos de animais.

De acordo com o corretor de seguros Charles Júnior afirma que existe uma certa dificuldade de mensurar e de fazer a regularização do sinistro nesses casos. “Mas realmente é uma cobertura que faz falta, e existe muita procura por ela”.

De acordo com o Atlas de Seguro Rural, disponibilizado pelo Ministério da Agricultura, no Brasil há cerca de 3.800 pecuaristas, mas apenas 1,1% possui o seguro pecuário. Charles Júnior acredita que a adesão é baixa porque a taxa de contratação é maior do que a taxa de perda de rebanho que o produtor tem em sua propriedade durante o ano. “Um animal de R$ 30 mil vai pagar uma taxa de seguro de 8% a 12%”, exemplifica.

Há duas modalidades de seguro pecuário – o de todo o rebanho e o de gado de elite. O pecuarista David Batista utiliza a segunda modalidade para três reprodutores de sua fazenda em Padre Bernardo (GO). Em caso de algum acidente, como a queda de um raio, por exemplo, só cobriria esses exemplares, e não as outras 300 cabeças da propriedade. Ainda assim, o pecuarista afirma que não compensaria contratar os dois tipos de seguro.

Segundo Batista, o valor da franquia do seguro rebanho não é viável economicamente. “Já no elite eu acho que compensa, porque, se você tem um animal de maior valor agregado, que tem um fator de produção que compensa, que viabiliza um seguro, e se você vir a perder um animal desses, até que você consiga fazer a reposição genética é uma coisa lenta, então você tem que se garantir”, diz o pecuarista. 

Apenas duas seguradoras brasileiras oferecem o seguro para gado de elite. Quatro oferecem o seguro rebanho, enquanto 12 trabalham com o seguro agrícola. O fato de não haver cobertura em casos de roubo e furto desmotiva os pecuaristas.

“É uma pena que hoje no brasil com essa incidência, com tanto roubo em fazendas, nenhuma corretora se propôs a fazer o seguro contra roubo e eu acho que isso seria uma necessidade. Seria um produto extremamente buscado pelos produtores rurais”, afirma David Batista.

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