O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em seu relatório de março, projetou safra mundial de soja no ciclo 2019/2020 em 341,76 milhões de toneladas, acima das 339,4 milhões de toneladas projetadas em fevereiro. Quanto aos estoques finais do grão, o órgão norte-americano indicou 102,4 milhões de toneladas, acima das 100,4 milhões de toneladas esperadas pelo mercado e 98,8 milhões de toneladas em fevereiro.
Para a safra dos Estados Unidos, o USDA indicou produção em 96,8 milhões de toneladas, repetindo a previsão de fevereiro. “O relatório veio morno, dentro das estimativas esperados pelos players”, comenta o analista de mercado da Agrinvest Marcos Araújo.
Brasil
A surpresa do mercado veio para a expectativa de safra do Brasil no ciclo 2019/2020, com projeção de 126 milhões de toneladas, acima do número de fevereiro, de 125 milhões, e superando a estimativa dos analistas. Vale lembrar que a última estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou safra de soja em 124,2 milhões de toneladas.
A Argentina deverá produzir 54 milhões de toneladas, acima da previsão de fevereiro, de 53 milhões de toneladas – e da previsão do mercado, de 53,4 milhões de toneladas.
A estimativa para as importações chinesas em 2019/2020 foi mantida em 88 milhões de toneladas.
Reflexo nos preços
A Agrinvest afirma que o relatório não trouxe grandes alterações no quadro de oferta e demanda. Com isso, as cotações da soja na Bolsa de Chicago não devem ter grandes alterações nesta terça-feira, 10. “Vamos ter, sim, uma correção técnica em função do pânico de ontem [segunda]”, comenta.
“Esperava-se que o USDA fizesse revisão dos dados de demanda pela soja, em função do coronavírus. Isso não ocorreu e o mercado está carente de novas informações”, relata Araújo.