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Notícias - Soja Brasil

Sojicultores do Maranhão sofrem duplo golpe: seca e impostos novos

Perdas por conta do clima já chegam a 20% em algumas propriedades. Para piorar, os agricultores ainda terão que ceder outros 3% em impostos novos sobre a produção

No sul do Maranhão, a falta de chuvas no início do plantio da soja causou perdas de até 20% na produção. Além do prejuízo, os produtores maranhenses reclamam das estradas na região e de um novo imposto criado pelo governo estadual.

O estado é o segundo maior produtor de soja do nordeste, só atrás da Bahia. No ano passado, colheu mais de 3 milhões de toneladas, ocupando quase um milhão de hectares. No município de Balsas, no sul do estado, três veranicos seguidos no final do ano passado impactaram a produção de grãos nesta safra.

“Teve replantio de soja por aqui. Quem plantou logo no início do calendário agrícola, terá talhões que não irá produzir muito bem, pois ficou comprometida com esses veranicos que tivemos no início”, afirma o vice-presidente do Sindicato Rural de Balsas (Sindibalsas), Daniel Marcos.

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Foto: Pedro Silvestre

O exemplo na prática desse impacto da falta de água podem ser notados claramente na propriedade de Joel Hendgs. A mesma semente, na mesma área, com o mesmo tratamento, mas o talhão que recebeu menos chuvas está apresentando problemas.

O produtor precisou fazer mais aplicações de defensivos e fungicidas para combater a mosca branca e doenças foliares na soja e, mesmo assim, contabiliza uma safra 20% menor.

“Colhi em torno de 49 sacas, até agora. Acho que vamos conseguir fechar entre 48 e 49 de média. No ano passado fechamos com uma média de 55”, diz Hendgs.

Foto: Pedro Silvestre

No Maranhão, o agronegócio tem sido uma alternativa de geração de emprego e renda. O problema é que o crescimento da infraestrutura do estado não tem acompanhado o ritmo da produção agrícola. Na internet, é comum encontrar relatos inconformados e emocionados de produtores sobre as estradas da região, por exemplo.

“Aqui tombou um caminhão por causa das condições da estrada. Por isso o frete é muito alto. Mais de 60% do valor da mercadoria é cobrado de frete para chegar nessas cidades. Aqui tem muita miséria. Muita fome”, diz o produtor Jorge Salib.

O governo estadual alega que não tem dinheiro para executar as obras. E, para piorar, criou uma nova cobrança aos produtores. Uma taxa de 3% sobre a venda de soja com o objetivo de recuperar rodovias federais.

“A criação desse fundo se junta a outros impostos que já pagamos e nunca foi feito nenhum trabalho de infraestrutura, de estradas dentro do estado. A gente não sabe qual o destino desse fundo. A realidade é essa”, afirma o presidente da Aprosoja-MA, José Carlos Paula.

O produtor já sabe que não terá saída e precisará encontrar meios para honrar o pagamento das contas e desse novo imposto.
“De algum lugar a gente vai ter que tirar dinheiro para cumprir essa obrigação e, fatalmente, um dos setores que será sacrificado é justamente o emprego”, diz Salib.

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