Tilápia é um peixe de origem africana, introduzido no Brasil há aproximadamente 40 anos. A espécie Gift — abreviação em inglês para Genetic Improvement of Farmed Tilapia — é alvo de diversas pesquisas no Instituto de Pesca, ligado à Secretaria de Agricultura de São Paulo.
O zootecnista Fábio Sussel, doutor pela Universidade de São Paulo, fala sobre os três sistemas de produção. “Em viveiros escavados, com uma renovação de água de 10% ao dia, um quilo por metro quadrado é o ideal. Para tanques-rede, em grandes reservatórios, até 30 quilos por metro cúbico. Já nos sistemas elevados intensivos, de 20 a 30 kg/m³”.
Este último método conta com um biofiltro para tratamento do recurso hídrico. Basicamente, explica Sussel, o conjunto de tanques retira as impurezas e devolve água de alta qualidade para o tanque.
De acordo com o especialista, outro ponto importante é a nutrição, que responde por até 70% do custo de produção. “Não compre ração barata. Procure marcas conceituadas no mercado”, salienta.
Entendendo a demanda
“No Brasil, produzimos tilápia apenas para vender o filé, e isso custa caro; tem uma perda no frigorífico”, chama a atenção Sussel.
Segundo ele, na hora de vender, é preciso entender as oportunidades de mercado. “Os consumidores estão ávidos, simplesmente, para consumir um pescado fresco e de qualidade. Talvez ela inteira ou em partes possa ser um ótimo produto por um preço mais acessível”, defende.
Por onde começo?
O estudioso recomenda o bom planejamento como o ponto de partida para o cultivo. “Entra aí o que chamo de ‘Teoria dos 50%’. Metade do trabalho é planejar bem, estudar e prospectar o negócio. Os outros 50% é começar, porque muitas dúvidas só vão surgir depois que começar o negócio em si”, diz.
Quem quiser começar a criação pode escolher entre alevinos e juvenis. Abaixo, entenda a diferença entre eles.
Alevino
- Peso: 2 g
- Custo por mil unidades: de R$ 120 a R$ 200
- Tempo de terminação: 8 meses
Juvenil
- Peso: 30 g
- Custo por mil unidades: de R$ 450 a R$ 600
- Tempo de terminação: 6 meses