As importações de soja pela China, o maior comprador da oleaginosa no mundo, tendem a diminuir até 2030. A constatação vem de relatório do Rabobank. O banco atribui a possível baixa, principalmente, à tendência de redução do teor do farelo do grão nas fórmulas de ração animal.
A prática é fruto de uma campanha do governo do país asiático que tem o objetivo de, justamente, reduzir a dependência de soja importada e investir em produção própria na tentativa de garantir a segurança alimentar de seus habitantes.
Além disso, a tendência chinesa é de crescimento mais lento da produção de gado e de melhoria contínua nas práticas agrícolas. Assim, em um cenário de baixa inclusão de farelo de soja, a China precisará importar “apenas” 87 milhões de toneladas da commodity em 2025 e 84 milhões de toneladas em 2030.
Em 2022, os chineses adquiriram cerca de 95 milhões de toneladas do grão. Com isso, o Rabobank afirma que se a taxa de crescimento de compra permanecer inalterada, estima-se que os asiáticos adquiram 98 milhões de toneladas em 2025 e 105 milhões em 2030.
Baixo teor de soja na ração
Em uma realidade com menos soja comprada pelo gigante oriental, uma utilização menor da capacidade de moagem deve forçar o fechamento de esmagadoras. Se houver inclusão de baixo teor do farelo da oleaginosasoja na alimentação animal, a relação cairá dos atuais 15,3% para 13,5% em 2025 e 12% em 2030.
O relatório do Rabobank também lembra que a China tem a maior capacidade de moagem de soja do mundo, estimada em mais de 170 milhões de toneladas até o momento. Ainda assim, as taxas médias de utilização da capacidade instalada giram em torno de 55%, o que reflete a contínua pressão baixista sobre as margens.