A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fez uma leve revisão para baixo da safra de soja 2020/2021 do Brasil. Agora, a entidade acredita que o país tenha potencial para produzir 134,4 milhões de toneladas, contra as 134,9 do relatório de novembro.
O ajuste se deu devido a redução na safra do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e, principalmente, de Mato Grosso do Sul, estado que registrou maior corte, puxado por uma revisão na área plantada.
A previsão de novembro indicava que Mato Grosso do Sul tinha potencial para produzir 12,235 milhões de toneladas, mas agora em dezembro a Conab acredita que a safra não deve passar dos 11,508 milhões de toneladas. Se isso se confirmar, o estado irá aumentar em apenas 1,3% sua produção ante 2019/2020, quando colheu 11,362 milhões de toneladas.
“Devido ao baixo acumulado hídrico em novembro, muitas áreas começam a demonstrar sintomas de estresse, onde algumas, localizadas em solos mais arenosos, já indicam a necessidade da ressemeadura quando do retorno das chuvas. A situação só não é pior devido à maior parte das lavouras estarem em desenvolvimento vegetativo, estágio onde a soja apresenta menor demanda hídrica. Até o momento, aproximadamente 0,7% da área estadual deverá ser replantada”, diz a entidade.
Vale ressaltar que a nova previsão da Conab também cortou a estimativa de área do estado, que agora em dezembro foi estimado em 3,152 milhões de hectares, contra as 3,351 milhões de hectares de novembro.
Outras reduções
No Rio Grande do Sul e Santa Catarina a revisão foi bem menor. Os gaúchos tem agora em dezembro potencial para produzir 19,861 milhões de toneladas, 96,8 mil toneladas a menos que o relatório de novembro. Ainda assim, vale destacar que o estado deve se recuperar com sobras da queda do último ano, quando foram colhidos apenas 11,443 milhões de toneladas.
Em Santa Catarina, a entidade cortou 91,9 mil toneladas nesta nova projeção, chegando a 2,317 milhões de toneladas (dezembro), contra as 2,409 milhões de toneladas de novembro.
Quem teve a produção aumentada
Seis estados tiveram suas estimativas de produção elevadas no relatório de dezembro da Conab. A maior delas foi em Minas Gerais que agora tem potencial para colher 6,512 milhões de toneladas, contra as 6,311 milhões de toneladas de novembro.
Ainda completam a lista:
- Mato Grosso, que agora pode produzir 36,943 milhões de toneladas, contra as 36,836 milhões de toneladas de novembro;
- Tocantins, que agora pode produzir 3,633 milhões de toneladas, contra as 3,570 milhões de toneladas de novembro;
- Paraná, que agora pode produzir 20,191 milhões de toneladas, contra as 20,151 milhões de toneladas de novembro;
- Amapá, que agora pode produzir 6,5 mil de toneladas, contra as 4,6 mil de toneladas de novembro;
- Distrito Federal, que agora pode produzir 291,3 mil de toneladas, contra as 290,6 mil de toneladas de novembro;
Área um pouco menor no Brasil
Em novembro a expectativa da Conab era que a área de soja ocuparia um total de 38,254 milhões de hectares, mas em dezembro revisou para baixo esse total, chegando a 38,175 milhões de hectares. Ainda assim, a área plantada é maior que a de 2019/2020, que foi de 36,949 milhões de hectares. A revisão se deu devido ao corte de área em Mato Grosso do Sul.
“As condições de mercado atrativas para a comercialização do grão, em razão da expectativa positiva para praticamente todos os segmentos do agronegócio, previsto para o exercício 2020/21, estima-se continuado crescimento da área plantada com a oleaginosa, com previsão de incremento de 3,3% em comparação à safra anterior”, diz a Conab.