Custos de produção. Três palavras que tiram o sono do agricultor. Em Mato Grosso, estado que mais colhe soja no Brasil, a escalada de preços tem sido intensa.
De acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o custeio de toda a produção ficou 65,7% mais caro em junho deste ano em comparação com o mesmo período de 2021. Assim, passou de R$ 2.962,70/hectare para R$ 4.911,96.
Nesta conta, estão inseridos os seguintes gastos:
- Sementes: R$ 494,55/ha – R$ 837,75/ha – (aumento de 69,3%)
- Fertilizantes e corretivos: R$ 1.144,73/ha – R$ 2.425,39/ha – (111,8%)
- Defensivos: R$ 1.071,97/ha – R$ 1.331,86/ha – (24,2%)
- Operações mecanizadas: R$ 140,39/ha – R$ 206,03/ha – (46,7%)
- Mão de obra: R$ 111,07/ha – R$ 110,94/ha – (-0,1%)
Investigação
Como é possível notar, a aquisição de fertilizantes é o que mais obriga o sojicultor desembolsar dinheiro. A alta tem sido tanta que a Aprosoja-MT entrou com pedido de investigação na Comissão de Agricultura da Câmada dos Deputados. A suspeita é de formação de cartel.
O presidente da entidade, Fernando Cadore, salienta que o balanço patrimonial de algumas empresas vendedoras do insumo teve incremento de, aproximadamente, 1000% de lucro no primeiro trimestre deste ano.
Custos totais
O levantamento do Imea também faz o cálculo dos custos totais ao produtor. Desta forma, entram na equação elementos como manutenção e depreciações de máquinas e implementos, impostos e taxas, despesas financeiras, pós-produção e arrendamento de terra.
Com isso, os custos ficaram 48,9% maiores de junho deste ano ante o mesmo mês de 2021. Os aspectos que mais contribuíram para a alta foram as financeiras, com 52,5% de aumento. Neste universo, estão:
- Financiamentos: de R$ 253,34/ha para R$ 392,15 – (incremento de 54,7%)
- Seguro da produção: R$ 17,56 – R$ 27,12 – (54,4%)
- Arrendamento: R$ 389,77 – R$ 438,53 – (12,5%)
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