O mercado mundial da soja pode ter um 2021 ainda mais positivo para os preços do grão, afirma o analista de mercado Vlamir Brandalizze. A oferta restrita do produto, em relação à demanda crescente, pode trazer outros impactos curiosos no mercado, como os Estados Unidos “devolvendo o favor” e comprando soja do Brasil, como aconteceu este ano com os brasileiros em relação aos grãos de soja. De quebra, o analista ainda dá uma dica importante para quem quer saber se vale esperar 2021 para vender soja.
“Estamos em um momento em que os dois maiores produtores e exportadores de soja do mundo (EUA e Brasil) venderam muito rápido suas safras e nos mostra que 2021 será um ano de escassez de soja de novo. Com isso, o mercado segue firme, pois a demanda em tempos de pandemia acabou sendo maior que as projeções. Tudo acontecendo em favor do produtor”, diz Brandalizze.
Para o analista, a baixa oferta do grão frente a alta demanda fará com que as cotações da soja na Bolsa de Chicago possam superar a marca dos últimos 10 anos.
“Prevemos que 2021 será muito melhor em termos de preços do que foi 2020. Teremos uma oferta de soja bem menor que o consumo mundial. Isso dará fôlego para que as cotações possam atingir o melhor patamar dos 8 ou 10 anos. Possivelmente iremos trabalhar acima dos US$ 13 por bushel na Bolsa de Chicago”, prevê.
Se os preços de referência da Bolsa estarão elevados e a perspectiva é de um câmbio ainda alto, naturalmente ele acredita em preços no mercado muito interessantes para os produtores.
“Por isso digo ao produtor que já vendeu bastante, não se precipitar. Agora é hora de calmaria, e cuidar da lavoura, que certamente os negócios lá na frente virão com cotações atrativas”, diz Brandalizze.
Para finalizar o cenário de curiosidades que 2021 reserva a soja, o analista ainda acredita que “o mundo dará voltas” e favorecerá o Brasil.
“Como os americanos já venderam quase toda a soja que tinham expectativa de exportar, restam apenas 5 milhões de toneladas para negociar. Devem vender tudo até o fim de janeiro. E, em março, precisarão comprar soja brasileira. Exatamente o que aconteceu com o Brasil, vendeu muito rápido a safra que tinha e teve que importar”, diz Brandalizze.