O produtores mundiais de soja voltam a concentrar suas atenções para as condições para o desenvolvimento das lavouras da América do Sul. Apesar do retorno das chuvas, os números ainda preocupam. Além disso, o mercado ainda busca digerir os dados do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que não trouxe novidades para o mercado
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana. As dicas são do analista de Safras & Mercado, Luiz Fernando Roque.
- O mercado de soja mantém as atenções voltadas principalmente para o clima para o desenvolvimento da safra na América do Sul. Paralelamente, os players acompanham os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional e ainda digerem os números do último relatório do USDA. A relação comercial entre EUA e China e o início da vacinação contra o novo coronavírus em alguns países fecham o quadro de fatores;
- Os últimos dias trouxeram um clima melhor para os estados da faixa central do Brasil. O retorno das chuvas foi favorável às lavouras, que precisavam de uma maior umidade para continuar se desenvolvendo de forma satisfatória. Apesar disso, existem sim problemas localizados em vários estados brasileiros, mas os mesmos ainda não podem ser considerados amplos. A melhora climática desta última semana ajudou a tirar um pouco da pressão positiva em Chicago, mesmo que de forma pontual, visto que na Argentina o clima na última semana foi bastante seco;
- Os próximos dias devem trazer o retorno das precipitações à região Sul e a manutenção da umidade na maior parte do Centro-Oeste e do Sudeste, embora em níveis menores que nos últimos dias. Já a Argentina deve ter o retorno da umidade em algumas províncias, mas ainda com um baixo acumulado de precipitações. O clima na América do Sul é fator central para o mercado daqui para frente;
- O relatório do USDA de dezembro não trouxe grandes surpresas para o mercado e acabou sendo considerado neutro ou levemente baixista ao não elevar as exportações norte-americanas e ao trazer um corte menor do que o esperado para os estoques dos EUA. No próximo relatório, as atenções deverão estar voltadas para os números de Brasil e Argentina;
- A relação comercial entre EUA e China não ganhou novos capítulos nesta última semana. Apesar disso, o mercado deve continuar dando alguma atenção a este fator após as declarações de Biden terem trazido dúvidas com relação a como o novo governo dos EUA irá lidar com esse tema. No lado financeiro, o momento é de bom humor diante do avanço das pesquisas e início da vacinação contra o novo coronavírus em alguns países, fato que ajuda na desvalorização do dólar.