Com a chegada das chuvas nesta semana o plantio da soja deve se iniciar em Mato Grosso do Sul. Por lá, a expectativa é boa para a safra 2020/2021, com aumento na área, produtividade e, consequentemente na produção mostra um levantamento da Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS (Aprosoja/MS).
A entidade acredita que a área plantada com soja nesta safra crescerá aproximadamente 7,55%, passando de 3,389 milhões de hectares, para 3,645 milhões de hectares. A expectativa é de que produtividade desta próxima safra fique na casa das 53 sacas por hectare. Com isso, o Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (SigaMS) estima aumento de 2,35% no volume de produção de grãos, passando de 11,325 milhões de toneladas na safra 2019/2020 para 11,591 milhões de toneladas na safra 2020/2021.
“Essa média de produtividade ainda está subestimada, diante da necessidade de se avaliar como será o comportamento do início da semeadura, especialmente diante da variável clima, em um ano bastante seco e que necessita de maior quantidade de pluviometria para se desenvolver”, afirma o presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi.
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Segundo a Aprosoja, a expectativa é de que a safra tenha maior volume de semeadura em meados de outubro, devido as previsões climáticas não indicarem precipitações consistentes no mês de setembro.
“Não há problemas em semear a soja neste período, já que o estado, nos últimos 8 anos, apresentou maior concentração (62,4%) de semeadura entre os dias 9 e 30 de outubro e sempre foi bem”, afirma Dobashi.
Vendas antecipadas
Cerca de 45% da soja que será semeada nesta safra já foi comercializada. Segundo a Aprosoja, o preço médio futuro para março de 2021 é de R$ 106,33 enquanto para maio 2021 é de R$ 107,71, isto significa que, grande parte dos produtores não está recebendo os tais R$ 130 pela saca da soja.
“É interessante esclarecer que apesar das cotações recordes, esses valores que visualizamos não está nas mãos dos produtores, mas de quem tem comercializado, como tradings e cooperativas”, diz Dobashi.
O custo de produção total 2020/2021 teve em média um aumento de 6% em relação ao custo de 2019/2020. A variável principal responsável por esse custo foram as sementes, com um aumento médio de 15%.
A elevação dos preços de insumos para safra 2020/2021 ocorreu principalmente pela desvalorização do real em relação ao dólar. Ao mesmo tempo que essa desvalorização impulsionou a exportação, trouxe custos mais elevados para o produtor rural.
De acordo com Aprosoja/MS a demanda pela oleaginosa sul-mato-grossense se dá principalmente pela China, cerca de 70% da exportação da soja do estado abastece o país chinês.