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Incidência de nematoides tem causado perdas nas lavouras de soja do oeste baiano

Áreas de pivô sofrem com o surgimento da doença, mas a Embrapa já trabalha em nova variedade que seja mais resistentes a mais de um tipo de nematoide

O produtor Leandro Kohn aumentou em 15% a área de soja. Nesta safra serão aproximadamente 5,3 mil hectares, em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, sendo que 20% dos grãos foram semeados em área irrigada com pivôs e o restante em sequeiro.

O agricultor acompanha de perto o desenvolvimento das plantas e já comemora o bom desempenho no campo. “Está muito bom de raiz, até quebrou aqui no arrancar, mas hoje ela está na casa em torno de 23 entre nós”.

O retorno das chuvas trouxe de volta a umidade e o otimismo de uma boa produtividade. O alto investimento busca um rendimento melhor, principalmente nas áreas irrigadas, onde os índices de produtividades são mais elevados. No entanto, a alta incidência de nematoides em alguns talhões das lavouras frustra as expectativas.

“Quando a gente fala em média geral de um pivô, a expectativa é sempre de um número alto. O problema é que sempre temos hectares que são atacados pelos nematoides e puxam muito a média para baixo e, traduzindo isso em números, a lavoura está no positivo onde não tem nematoide e onde se tem nematoide está no negativo. O problema está tão agravado que tem um dos pivôs aqui da fazenda que inclusive nem vai ser plantado milho agora, vai entrar com milheto, na tentativa de reduzir a população desse nematoide, na sequência vai entrar crotalária pensando na redução,  o que acaba prejudicando na receita”, disse o produtor.

Os nematoides são vermes que se alimentam da raiz, prejudicam o sistema radicular e o desempenho produtivo das plantas. As espécies identificadas na região, por não ter nenhuma resistência varietal, estão com maior grau de disseminação e bastante agressivo.

“Nesta área aqui mesmo já está confirmada as perdas porque não tem mais tempo de recuperação. Enquanto que na área que não tem manchas, pode se ter produtividade de 90 a 100 sacos, nas manchas aqui vai ter colheita de 30 sacos”, explicou o agrônomo Jorge Damião Gomes do Carmo.

O presidente da Aprosoja Bahia, Alan Juliani, diz que regiões irrigadas com plantios de duas a três vezes por ano preocupam bastante. “A gente faz de tudo um pouco. A gente usa genética, usa biológicos, rotação de culturas, formação de palhadas, a gente faz o manejo para tentar resolver o problema, mas é gradual, passo lento, temos muito que aprender ainda, muito que trabalhar em cima. Se tiver chovendo bem, a gente consegue amenizar o problema, agora se pegar uma área afetada com nematoide em uma grande estiagem, aí o problema se torna muito maior, porque o nematoide tira uma boa fatia de produção do estado, com certeza”, disse.

Acontece que a complexidade das espécies de nematoides na mesma área tem gerado grandes dificuldades no avanço de materiais resistentes à praga.

“Achar uma variedade que agrega toda a resposta genética a esses nematoide não é muito fácil. Nós temos, por exemplo, variedades isoladas resistente a cisto, resistente a nematoide de galha, algumas com baixa reprodução para pratylenchus, mas estamos preparando uma linhagem que já passou nos ensaios e testes finais que agrega resistência aos nematoides de galha e de Cisto, o que pode ser uma grande contribuição aqui para região oeste da Bahia, áreas possíveis onde estes dois nematoides estão associados”, finalizou o pesquisador da Embrapa Cerrados, Geraldo Carneiro

 

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