A safra 2021/22 de soja no Brasil teve grandes problemas de estiagem no Paraná e Rio Grande do Sul, estados fundamentais para a produção nacional. Além disso, uma anomalia que causa o apodrecimento de grãos e vagens assolou lavouras de Mato Grosso. A isso, soma-se a representativa taxa de ocorrência de ferrugem asiática (377 casos confirmados), o que também prejudicou a estimativa da colheita, apontada, agora, em 123,8 milhões de toneladas pela Conab, redução de 11,5% frente ao projetado no início da temporada.
No entanto, para auxiliar o produtor a enfrentar a doença mais severa da cultura no ciclo 2022/23 sem, com isso, depender de insumos importados da China, a Ihara lançou seu primeiro fungicida biológico, o Romeo.
Em testes realizados em 220 áreas espalhadas pelo país, a nova tecnologia proporcionou 3,7 sacas de soja a mais por hectare ao produtor, resultando em um incremento de 5% na produtividade geral das regiões tratadas.
O gerente de Marketing Regional da empresa, Bruno Lucas, conta que, ao todo, 70 clientes de nove estados brasileiros testaram o produto, o que permitiu análises em dez mil hectares tratados com a tecnologia em 107 municípios produtores de soja na safra 21/22, dando mais embasamento às etapas de pesquisa e análise de dados sobre o novo fungicida.
Desta forma, conforme Lucas, o Romeo possibilitou aumento de 15% no controle de ferrugem asiática. Isso porque o fungicida ativa as defesas naturais da planta e, desta forma, seu princípio ativo é reconhecido por receptores específicos, que estimulam mecanismos físicos e bioquímicos em seu interior. “Essa nova tecnologia tem alta compatibilidade para aplicação com outros produtos químicos e biológicos, com uma formulação de fácil manipulação e armazenamento”, explica.
Segundo ele, a Ihara tem procurado investir mais no segmento de biológicos nos últimos quatro anos, sendo o Romeo o primeiro desta linha e voltado exatamente para o manejo da doença mais severa da soja. “Outros produtos da linha de biológicos estão em fase de pesquisa e desenvolvimento e, em breve, serão lançados também para outras culturas”, conta.
Ainda que o fungicida seja, no momento, produzido apenas na Europa, Lucas pondera que a sua adoção na próxima safra tende a reduzir a dependência de produtos chineses, visto que a troca comercial entre o Brasil e o país asiático tem apresentado problemas logísticos nos últimos anos.