Um estudo elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mostra que o Brasil pode quebrar o recorde de exportação de soja em grão em 2020. Isso contraria todas as estimativas já realizadas no país sobre o tema, incluindo consultorias, entidades do setor e especialistas, que acreditam que o total não irá superar a marca de 2018. Vale lembrar que o maior volume já embarcado ao exterior foi naquele ano com 83,2 milhões de toneladas.
A entidade cita que com as vendas de 1,4 milhão de toneladas em novembro, o acumulado desde janeiro teria ficado em 82,9 milhões de toneladas de soja em grão, usando dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Entretanto, os dados já consolidados do Secex mostram que o total exportado de janeiro a novembro é de 82,754 milhões de toneladas.
A entidade acreditava que o total exportado em 2020 chegaria a 83,6 milhões de toneladas. Mas esse total pode ser revisto, devido ao ajuste. Ainda assim, como a diferença entre o dado preliminar e o final é pequena, o resultado final ainda será um total acima das 83,2 milhões de toneladas de 2018.
“Sobre a divergência nos números de exportação da soja, no momento do envio do texto para publicação foram utilizados os dados preliminares semanais apresentados pela Secex. O dado finalizado é ligeiramente menor pelo fato de ter sido disponibilizado após a conclusão dos textos e do quadro de oferta e demanda. Como a Conab adota prioritariamente o número final, e não o preliminar, em sua contabilização oficial, o total será atualizado na próxima publicação”, afirma a entidade em nota.
Já o consumo interno brasileiro do grão foi estimado em 48,99 milhões de toneladas. Vale destacar que a entidade não possui uma estimativa para os estoques finais de soja deste ano, devido uma mudança nas metodologias internas.
Mais vendas em 2021
Para a safra brasileira de 2020/2021 de soja em grãos, foi estimado um volume de produção na casa das 134,45 milhões de toneladas. Já as exportações podem superar as 85 milhões de toneladas.
“Motivada pela forte demanda chinesa e pelo forte percentual comercializado, até o momento, que já alcança mais de 55% da safra”, diz a Conab.
Segundo a entidade, a demanda interna para a safra 2020/2021 deverá se manter aquecida em razão do crescimento da economia, do aumento da produção de carnes para exportação e da mistura do biodiesel, que passará de B12 para B13, estimado em um total de mais de 49 milhões de toneladas.
“Dessa forma, os estoques finais de soja deverão manter-se baixos por mais um ano, e com isso, preços mais elevados no mercado interno para 2021”, finaliza.