Temporais em mais de 100 cidades da Bahia já atingiram, até o momento, 470 mil pessoas, com 20 mortos e 31 mil desabrigados. De acordo com o governador do estado, Rui Costa (PT), trata-se do “maior desastre natural da história” baiana. Além da grave crise humanitária que tragédias desse tipo geram, também há reflexos econômicos e ambientais. Nesse caso, lavouras de grãos estão sendo prejudicadas pelo excesso de água.
Ainda assim, de acordo com o presidente da Aprosoja-BA, Leandro Kohn, é cedo para falar em perdas produtivas. Isso porque os municípios que concentram a maior produção de soja, milho e algodão do estado, como Luiz Eduardo Magalhães e Barreiras, por exemplo, não foram tão afetados pela chuva como os da região leste e sul.
No entanto, Kohn relata o drama vivido pelos produtores do estado. “[São] muitas lavouras alagadas, muitas curvas de níveis que estouraram nas lavouras. Estamos com uma grande dificuldade de embarque de milho e de soja porque não há acesso de nenhum jeito nas estradas do interior da Bahia“, relata.
Segundo ele, a soja das plantações do estado está com cor amarelo pálido, indicativo da falta de sol. “Nossa grande preocupação é que estamos com a aplicação de herbicidas e, principalmente, de fungicidas atrasadas nas lavouras. Então já estamos preparados porque a ferrugem e o mofo-branco certamente aparecerão nos próximos dias”.
O presidente da Aprosoja-BA também conta que as pistas não estão dando condições dos aviões decolarem para fazer as devidas aplicações nas plantações. “É precoce falarmos em perdas. Temos uma soja de irrigado plantada bem cedo na Bahia, a partir de 1º de outubro, que está em período de enchimento de grãos. Como estamos com muitos dias nublados, pode ser que essa soja sofra perda de produtividade”, constata.
Campanha beneficente
Entidades do agro se juntaram para a campanha solidária “Plantar para alimentar”, em prol das vítimas das enchentes na Bahia. Assim, a iniciativa visa recolher alimentos, agasalhos, cobertores, produtos de limpeza e higiene e está aberta às instituições de outros setores.
Para ajudar, a contribuição deve ser feita pelo Banco do Brasil (Agência 7616-3; Conta corrente 2563); ou por Pix para o Instituto Aiba (chave: [email protected]).
Kohn lembra que a campanha já está na segunda edição e representa a união de todas as entidades do agro do oeste da Bahia. “Na pandemia de Covid-19 foram feitas doações de várias cestas básicas e fizemos uma reunião emergencial para reativar a campanha”, conta.