O aumento de produtividade da soja é o grande desafio dos agricultores e de toda a cadeia do grão. Para uma commodity agrícola cada vez mais necessária para a segurança alimentar do mundo, crescer sem desmatar áreas é fundamental.
Nas últimas safras, a região Sudeste do Brasil, onde Minas Gerais e São Paulo são os únicos estados produtores, tem se sobressaído em quantidade de sacas colhidas por hectare.
Em 2019/20, por exemplo, os produtores dos dois estados colheram, em média, 3.675 kg por hectare, o que rende 61,2 sacas/ha, conforme a série histórica de produção, área e produtividade divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Naquela temporada, a região que chegou bem perto disso foi a Centro-Oeste, com 3.648 kg (60,8 sacas).
Já em 2020/21, a supremacia do Sudeste continuou: a média alcançou 3.698 kg de soja a cada hectare colhido, ou seja, 61,6 sacas. Entretanto, desta fez, quem ficou na vice-liderança foi o Nordeste, com rendimento médio de 3.626 kg por hectare, o que dá 60,4 sacas.
Quebra de safra não afetou o Sudeste
Na temporada 2021/22, marcada por uma intensa quebra de safra nos três estados da Região Sul, o Sudeste saiu mais uma vez por cima quando o assunto foi produtividade de soja, mesmo estando próximo das áreas afetadas pela estiagem causada pelo fenômeno La Niña.
Assim, de acordo com a Conab, São Paulo e Minas Gerais colheram juntos uma média de 3.679 kg por hectare (61,3 sacas). O Nordeste, mais uma vez, reforçou a segunda posição, registrando 3.631 kg/ha (60,5 sacas).
No Sul, a situação foi tão grave que Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná tiveram rendimento médio de apenas 1.835 kg/ha (30,5 sacas). Os gaúchos foram os que tiveram o menor desempenho no ano passado, com apenas 1.433 kg de soja colhida por hectare, ou seja, somente 23,8 sacas.
Estimativa para soja 2022/23
Como já se imagina, a Conab estima que o Sudeste, mais uma vez, terá os maiores índices de produtividade de soja. Segundo a entidade, São Paulo e Minas Gerais têm o potencial de atingir o maior rendimento da história, considerando os acumulados de toda uma região. Isso porque é prevista média de 3.820 kg por hectare, computando 63,6 sacas/ha.
Nesta safra, espera-se que o Centro-Oeste reassuma a vice-liderança em número de soja colhida por hectare, com 3.726 kg (62,1 sacas). No Sul do país, mais uma vez afetado pela estiagem, projetam-se perdas menos acentuadas do que as registradas em 21/22. Por lá, são previstas colheitas médias de 2.987 kg por hectare ou 49,7 sacas/ha, o que compromete seriamente a rentabilidade do produtor.
Ainda que o Sudeste seja a região brasileira com a maior produtividade de soja nos últimos anos, ao se considerar isoladamente o estado, ninguém tem superado a Bahia. Desde 2019/20, os produtores de lá têm conseguido médias superiores a todos os demais.
Em 20/21, por exemplo, o desempenho dos sojicultores baianos foi acima de qualquer expectativa. Isso porque, pela primeira vez, um estado atingiu, e superou, os quatro mil quilos de soja por hectare. Para ser preciso, foram 4.020 em média (67 sacas). Para esta safra 22/23, a Conab indica que o desempenho da Bahia deva chegar a 3.901 kg/ha (65 sacas), mais uma vez, superando todos os demais estados.