Em um cenário otimista, a saca de 60 kg da soja em Mato Grosso pode ser comercializada a R$ 169,61 em março de 2022, no auge da colheita, de acordo com as perspectivas para a próxima safra anunciadas na última quinta-feira, 26, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Já o preço mínimo estimado é de R$ 117,60 no mesmo período.
No entanto, para o gerente de Produtos Agrícolas da entidade, Fernando Gomes da Motta, o mais provável é que a margem de comercialização no estado fique em preços intermediários, em torno de R$ 143,90.
Assim, o valor recebido da venda das 54,6 sacas estimadas por hectare a um preço médio de R$ 143,90 é de R$ 7.866,53. Ao abater os custos variáveis de R$ 3.516,17, sobra ao produtor R$ 4.350,36, ou seja, 55,3% de tudo o que ele arrecadou.
Se considerarmos a perspectiva mais otimista, de R$ 169,61, a margem bruta sem custos variáveis pode alcançar R$ 5.755,84 ou R$ 2.945,43 no limite inferior.
“A tendência é de os números ficarem entre a margem intermediária e a inferior. Estamos tendo ampliação da produção e, de forma mais ampla, algumas dúvidas a respeito do crescimento da economia global diante do surgimento de novas variantes do coronavírus”, destaca Motta.
Custos de produção
Levando em conta custos fixos e variáveis, levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgado em 16 de agosto mostra que na safra de 2020/21, o produtor do estado líder em cultivo e exportação de soja precisava pagar R$ 3.347,91 por hectare. Já nesta próxima safra, o número saltou para R$ 3.978,21, um aumento de 18,83%.
O arrendamento de terra foi o item que mais influenciou nos acréscimos de custo, com alta de 63,3%. Nesse sentido, enquanto na safra 2020/2021 era necessário desembolsar R$ 170,31 por hectare, na 2021/2022 o produtor precisará arcar com R$ 278,13.