A produção brasileira de soja em 2020/2021 pode ser ainda maior, segundo levantamento de março, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Agora a perspectiva é que a safra possa passar dos 135,1 milhões de toneladas, o que representaria um aumento de 8,2% ante as 124,8 milhões de toneladas de 2019/2020. Vale destacar que, em fevereiro, a previsão era 1,3 milhão de toneladas menor, ou seja, em torno de 133,8 milhões de toneladas. Cinco estados foram responsáveis por essa elevação.
Normalmente, nesta época do ano, o Brasil já teria boa parte da soja colhida e o potencial da safra praticamente definido. Neste ano, devido ao forte atraso no plantio da cultura (por conta do clima), a colheita também segue atrasada e boa parte das áreas de soja serão retiradas agora em março, afirma a Conab.
Com isso, a previsão da entidade ainda segue com status mais indefinido, mas já mostra que o potencial de colheita é elevado nesta safra. Puxado principalmente pela elevação mais significativa da produção nas perspectivas para 5 estados: Bahia, Minas Gerais, Goiás, Pará e Mato Grosso.
Quem puxa a elevação da previsão
A Bahia é o estado com maior ajuste mensal para a produção de soja. Agora em março a perspectiva é que o estado possa produzir algo em torno de 6,4 milhões de toneladas de soja. Curiosamente, em fevereiro, a Conab havia cortado mais de 400 mil toneladas da produção prevista em janeiro para o estado, ou seja, em janeiro a previsão era de 6,4 milhões de toneladas e em fevereiro caiu para 6 milhões de toneladas.
Agora, a entidade prevê que os baianos podem sim colher 6,4 milhões de toneladas de soja, o que representará um aumento na safra, ante 2019/2020, de 5%.
Minas Gerais aparece logo na sequência com a previsão de colher 365 mil toneladas a mais (ante fevereiro), o que resultaria em uma safra de 7 milhões de toneladas. Em fevereiro e janeiro a previsão era de 6,7 milhões de toneladas. O montante atual representaria um aumento de 8,7% ante a safra 2019/2020, quando se colheu 6,1 milhões de toneladas de soja.
Goiás é outro estado que teve sua safra bastante revisada em março, com a perspectiva de colher 314 mil toneladas a mais, resultado em um total de 13,7 milhões de toneladas de soja. Em janeiro e fevereiro o total previsto era de 13,4 milhões de toneladas. Em 2019/2020 a safra somou 13,1 milhões de toneladas, ou seja, 4,3% a menos que o atual.
Completam a lista em alta
O Pará tem uma safra bem mais modesta e por isso a revisão atual tem um peso maior. Em março a previsão é que o estado possa colher um total de 2,1 milhões de toneladas, ou seja , 276 mil toneladas a mais que os 1,8 milhão de toneladas de fevereiro. Se isso se confirmar, o estado terá um aumento de 14,9% ante a temporada 2019/2020, quando se colheu 1,8 milhão de toneladas.
Por fim, para fechar, aparece Mato Grosso, o único da lista que não deve superar a produção da safra 2019/2020, afirma a Conab. A perspectiva é que o estado irá colher agora 35,6 milhões de toneladas, ou seja, 236 mil toneladas a mais que as 35,4 milhões de toneladas previstas em fevereiro. Mas o recorde não será batido, já que no ano passado o estado colheu 35,8 milhões de toneladas.
Quem teve a safra revisada para baixo
Apenas dois estados tiveram suas safras revisadas para baixo em março. A principal delas foi o Paraná, que teve um corte de 237 mil toneladas, o que gerará uma safra de 20,2 milhões de toneladas. Em fevereiro a previsão apontava para uma safra de 20,4 milhões de toneladas. Em 2019/2020 a safra chegou a 21,5 milhões de toneladas, o recorde histórico.
Mato Grosso do Sul é outro estado que teve um corte em março. Agora a previsão é de colher 11,431 milhões de toneladas, 63 mil toneladas a menos que as 11,494 milhões de toneladas previstas em fevereiro. Ainda assim, o estado deve produzir mais soja agora que em 2019/2020, quando se obteve um total de 11,362 milhões de toneladas.