A colheita de soja da safra 2020/2021 do Brasil somou cerca de 2,5 milhões de toneladas ao fim de janeiro, sendo a mais lenta dos últimos 10 anos. De acordo com AgRural, a demora ocorreu devido ao atraso do plantio e também das chuvas recentes que prejudicam os trabalhos no campo. Até o último levantamento, a colheita havia atingido 1,9% da área cultivada no Brasil, no mesmo período do ano passado 8,9% da soja brasileira já havia sido colhida.
Segundo o analista da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o preço da soja deve continuar firme. “Tem muito navio chegando, mas o mercado já sabia que iria atrasar a colheita e essa soja que está sendo negociada vem com produtividade menor, então tem pouca soja nesse momento. Teremos um avanço muito bom. As lavouras mais tardias estão entre boas e excelentes. Elas talvez compensem um pouco essa perda”, diz.
De acordo com Brandalizze, uma grande safra deve chegar ao fim de fevereiro e começo de março. “Então, as exportações devem se concentrar nesse período. Neste momento, aqui no Brasil, há pouco interesse de novas vendas, então teremos pouco impacto com a chegada de nova safra. O que pode ter é uma pressão maior de custo de fretes. O mercado vai seguir firme e Chicago mostra uma recuperação melhor, valorizando a soja futura, mostrando que o mundo está sem soja, precisa de produto e o mercado chinês está muito aquecido”, conclui.