A safra 21/22 vem apresentando preços recordes de frete. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Mato Grosso, maior produtor de soja do país, teve percursos com alta de 40%. Já Goiás registrou aumento de mais de 10% em algumas rotas. De acordo com o coordenador da Esalq-Log, Thiago Péra, este cenário é fruto de dois grandes fatores.
“O primeiro deles é o adiantamento da colheita de grãos no país, o que acabou impulsionando uma maior demanda de transporte. O segundo fator é a escalada de preço do petróleo no mercado internacional, aumentando o preço dos combustíveis, especialmente do óleo diesel”, destaca.
Segundo ele, o valor dispendido para os combustíveis tem grande peso no custo total do transporte, chegando em torno de 30% a 40%. “Esse custo sobe consideravelmente quando se tem um aumento das distâncias percorridas. O Brasil tem uma distância média para o transporte de grãos de, aproximadamente, mil quilômetros. Além disso, temos visto ajuste de preços de pedágio em algumas rotas, o que também contribui para o aumento do custo logístico do país”, explica.
Péra lembra que o preço dos pedágios é indexado à inflação e tem reajuste anual. “Como tivemos uma inflação elevada no último ano, esse valor também tende a ser repassado nas tarifas. A expectativa que temos para o segundo semestre é uma continuidade nessa elevada do preço do frete, muito em função do grande volume esperado da movimentação do milho segunda safra e também pelo cenário muito incerto quanto ao custo do combustível por conta do cenário geopolítico que estamos vivenciado”, considera o coordenador.