O mercado e a conjuntura internacional, principalmente com a guerra entre Rússia e Ucrânia, já davam sinais de que o produtor de soja precisaria desembolsar muito mais dinheiro na safra 2022/23 para conseguir produzir. O relatório de Custos de Produção de maio do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) veio para confirmar este cenário.
O documento, referente a abril, mostra aumentos totais em 48% em relação ao mesmo mês de 2021. Assim, o sojicultor do estado líder em produção precisa gastar R$ 6.453,12 por hectare – do plantio ao armazenamento – para produzir. Isso sem contar custos de oportunidade da terra, capital circulante, benfeitorias e máquinas e implementos agrícolas. Colocando estes fatores na equação, o número salta para R$ 7.458,97/ha.
A alta expressiva vem impulsionada pelo preço dos fertilizantes e corretivos, mostra o relatório. Se em abril de 2021 o produtor de soja mato-grossense precisava pagar R$ 1.141,09 por hectare para adubar o seu solo, em 2022 esse número saltou para R$ 2.394,36, elevação de 109,8%.
Os macronutrientes, como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre, foram os principais responsáveis por esse encarecimento, partindo de R$ 1.028,96 para R$ 2.239,70/ha, ou seja, 117,6% a mais. Corretivos de solo e micronutrientes também tiveram alta significativa, de 39,3% e 35,7%, respectivamente.
Sementes de soja e defensivos
Outro aumento que impressiona é o das sementes de soja. Em abril de 2021, o produtor tinha de gastar R$ 462,67 por hectare pelo insumo. Já neste ano, são necessários, na média estadual, R$ 788,55, o que representa acréscimo de 70,4%.
Quanto aos defensivos, os custos também foram altos, mas aquém das matérias-primas anteriores. Ao todo, fungicidas, herbicidas, inseticidas e adjuvantes representaram aumento médio de 23%, indo de R$ 1.077,84 para R$ 1.326,11 por hectare. Os herbicidas são os que tomam a maior fatia deste segmento: de R$ 222,57 para R$ 324,95/ha, alta de 45,9%.