Se, por um lado, o Brasil fechou 2020 com o segundo maior volume de exportações da história, por outro acabou precisando importar mais para atender à demanda interna pelo grão. O resultado é ter fechado o ano com o maior volume de importações dos últimos 17 anos (fato já antecipado pelo Projeto Soja Brasil). e mais de cinco vezes maior do que o registrado em 2019. Mas existem muitas curiosidades no ano, confira abaixo!
De janeiro a dezembro de 2020 o país importou 821,992 mil toneladas de soja em grãos, o que representa um incremento de 470% ante o ano anterior, quando se vendeu um total de 144,226 mil toneladas de soja ao exterior. As informações são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Só que, para tanto, o Brasil teve que desembolsar um total de US$ 273,593 milhões, ou seja, 503% a mais que os US$ 45,330 milhões gastos em 2019.
Pagou mais do que recebeu pela venda?
Quando o assunto importações surgiu no Brasil, com o governo estudando retirar as tarifas para as compras externas, especialistas afirmaram que o país iria gastar mais para comprar do que iria ganhar para exportar. Na época, a conta não bateu e disseram que até o fim do ano iria aconteceu.
Pois o ano fechou e o Brasil gastou uma média de US$ 332,82 por tonelada de soja em grão, nas importações. Ou seja, uma relação inferior aos US$ 344,25 recebidos em média por tonelada para exportação.
Já na comparação com os anos anteriores, o valor médio da tonelada de soja em 2020 é 5,9% maior que em 2019 (que fechou em US$ 314,3), mas perde para os US$ 339,1 por tonelada de 2018. Naquele ano, o país importou 186,3 mil toneladas de soja.
Mas tem uma pegadinha aí, veja na reportagem abaixo:
Quem mais vendeu soja para o Brasil
O Paraguai é reconhecido como o maior fornecedor histórico de soja para o Brasil e em 2020 não foi diferente. Do total comprado ao exterior, cerca de 88% vieram só dos paraguaios, ou seja 723,5 mil toneladas. Em 2019 a participação dos paraguaios era bem menor, em torno de 75,3% (venderam 108,6 mil toneladas).
Mesmo comprando mais do Paraguai, o Brasil ainda precisou de mais soja e por isso recorreu a outros países:
- Uruguai vendeu 95,5 mil de toneladas de soja, ante 35,5 mil de 2019
- Argentina vendeu 2,4 mil toneladas, contra 1,7 mil toneladas de 2019
- Bolívia vendeu 500 toneladas, mas não vendeu soja ao Brasil no ano anterior
- Estados Unidos venderam 181 toneladas ao Brasil, ante 765 toneladas em 2019