O Comitê-Executivo De Gestão (Gecex) da Câmara De Comércio Exterior (Camex) publicou nesta quarta-feira, 21, no Diário Oficial da União, a confirmação que zera as alíquotas de importação para soja e seus derivados, assim como grãos de milho. Com isso, a medida já passa a valer desde a quinta-feira, 22.
Vale lembrar que a decisão de zerar temporariamente os impostos para importação destes produtos foi tomada no sexta-feira, 16, e tem como objetivo conter a alta de preços no setor de alimentos.
Para a soja, a redução temporária será válida até 15 de janeiro de 2021 e abrange o grão, o farelo e óleo de soja. Quanto ao milho, o produto foi incluído na Lista Brasileira de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec), com redução de 8% para 0%, válida até 31 de março de 2021.
Importações de soja e milho até agora
De janeiro a setembro deste ano, o Brasil já importou 565,5 mil toneladas de soja, contra 145,5 mil toneladas em do mesmo período de 2019. Aumento de 289%. Se considerar todo o ano de 2019 o total importado pelo Brasil foi de 195,3 mil de toneladas de soja.
Já no milho, as importações acumuladas em 2020 somam 725,7 mil toneladas, contra 1,44 milhão de toneladas em 2019, praticamente a metade do volume total que entrou no país durante o ano passado.
No caso da soja, a tarifa se justifica não apenas como estratégia para reduzir o preço no mercado interno, como também para garantir o abastecimento, afirma a Abiove. Já no caso do cereal, as importações bem abaixo do ano passado sugerem que não há falta de produto, mas que por algum motivo as vendas estão represadas. Nesta semana, a saca de 60 kg da oleaginosa atingiu R$ 160 e o milho bateu na casa de R$ 70.
Mais de 93% da soja e do milho importados vêm do Paraguai. Mas também há produto do Uruguai, Argentina e até dos Estados Unidos. Os dados são do sistema do Ministério da Economia.