INÍCIO DA SAFRA 23/24

Veja como será a distribuição de chuva em áreas de soja em setembro

Parte dos estados começam a semear o grão neste mês e, para que o desenvolvimento inicial da cultura ocorra, umidade do solo é fundamental

O período de plantio da soja no Brasil se aproxima. Para isso, é ideal que o solo tenha reserva hídrica suficiente. No entanto, as chuvas não chegarão com volume suficiente em todas as regiões.

Acompanhe a previsão do tempo para o mês de setembro no Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste com o meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller.

Sul

Sul chuva

Para o mês de setembro espera-se chuvas volumosas nos três estados do Sul. O destaque vai para o Rio Grande do Sul e centro-sul da região, onde os acumulados podem ultrapassar os 300 mm nas manchas em branco e roxo do mapa acima.

Assim, o índice de precipitação deve contribuir para manter a boa umidade do solo e favorecer o desenvolvimento inicial da soja. Contudo, pode atrapalhar a entrada das máquinas na lavoura.

A tendência é que as temperaturas se elevem nas próximas semanas. O problema que o produtor do Sul pode acabar enfrentando são os períodos com tempestades, rajadas de vento e granizo, que podem gerar transtornos nos trabalhos em campo e acabar atrasando a semeadura.

Períodos de tempo severo são comuns na primavera na região, fenômenos acentuados com a atuação do El Niño.

 

Sudeste

Sudeste

Para o mês de setembro, o Sudeste deve receber chuvas mais acentuadas no litoral paulista, com volumes em torno de 180 mm no litoral paulista. Já no oeste de São Paulo e centro-oeste de Minas Gerais, os acumulados ficam entre 40 mm e 70 mm.

A semeadura da soja em São Paulo se inicia em 16 de setembro e no dia 1 de outubro em Minas Gerais. A precipitação vai contribuir com a umidade do solo em quase todas as regiões produtoras dos dois estados. Assim como no Sul, as temperaturas devem se elevem nas próximas semanas.

No entanto, no oeste de São Paulo e centro-oeste de Minas Gerais, o solo pode acabar ficando mais ressecado, iniciando outubro com reserva de água abaixo do ideal. Outro problema que o produtor pode acabar enfrentando são os períodos com tempestades, rajadas de vento e granizo, gerando transtornos nos trabalhos em campo.

Da mesma forma que ocorre no Sul, a primavera deve trazer tempo severo à região, o que é potencializado com a atuação do fenômeno El Niño.

 

Centro-Oeste

Centro-Oeste chuva

Para o mês de setembro, espera-se chuvas volumosas somente na faixa sul de Mato Grosso do Sul, com volumes de até 80 mm. Precipitações menos volumosas entre, entre 40 mm e 60 mm, atingem Goiás, Mato Grosso do Sul e parte de Mato Grosso.

Ainda há indefinição a respeito do início do plantio de soja na região. Porém, caso ocorra em setembro, a chuva não será suficiente para repor a umidade no solo, já que a tendência é de que as temperaturas se elevem também, atingindo cerca de 40° C durante a primavera.

A alta dos termômetros amplifica a evapotranspiração e, assim, deixam o solo mais ressecado. Entretanto, períodos de tempestades, rajadas de vento e granizo também devem atingir os estados da região ao longo de setembro.

 

Nordeste

Nordeste

Persiste a situação da falta de chuvas no interior da região. Precipitações somente na faixa litorânea e sul da Bahia, com volumes entre 60 mm e 90 mm nas manchas verde e amarela do mapa acima.

Assim como no Centro-Oeste, o déficit hídrico não deve ser reposto entre setembro e outubro, ainda mais porque a tendência é que as temperaturas se elevem, chegando aos 40ºC durante a primavera, intensificando a evapotranspiração e, assim, deixando o solo mais ressecado.

O fenômeno El Niño vai, provavelmente, reduzir as chuvas em toda a região.

 

Norte

Norte

As chuvas se distribuem no Norte do país, principalmente na faixa oeste da região, com acumulados entre 40 mm e 80 mm nas manchas azul, verde e amarela do mapa.

Apesar de não ser uma chuva tão volumosa, contribui para manter a boa umidade do solo. A semeadura da soja começa no dia 1 de outubro no Tocantins, onde a ausência de precipitações tem prejudicado a umidade do solo na região. A tendência é de que as temperaturas se elevem também, chegando na casa dos 40ºC durante a primavera.

A falta de chuva e a alta dos termômetros amplificam a evapotranspiração, deixando o solo mais ressecado. Assim como ocorre no Centro-Oeste e Nordeste, no Norte o fenômeno El Niño traz restrição hídrica.