A abertura da colheita oficial ocorreu na estância Cláudia, a 11 quilômetros de Campo Grande, capital do Estado. Durante o evento, foram divulgados os números da safra 2013/2014. A área plantada passou de 2 milhões de hectares para 2,2 mil hectares, um crescimento de 10%. O volume de produção também aumentou, de 5,8 milhões de toneladas para 6,1 milhões.
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Em algumas áreas na zona sul do Estado, as perdas chegaram a 20%.
– Uma estiagem em dezembro muito forte em algumas regiões do Estado, principalmente na região da grande Dourados, afetou a produtividade de algumas lavouras. Apesar do aumento de área, tivemos uma queda de produtividade em relação ao ano passado – afirma o presidente da Famasul, Eduardo Riedel.
– Nós temos sempre esta desuniformidade. Muitas vezes no regime de chuvas, algumas regiões com variação e perda deste potencial produtivo, em função destas estiagens que nós temos às vezes em novembro, dezembro ou janeiro. Às vezes não ocorre, e este ano ocorreu e afetou aí algumas regiões – completa.
O produtor Dulcimar Cofferi planta numa região que não foi afetada pela seca, e o resultado apareceu: em um solo de boa fertilidade, plantou soja precoce e colheu acima do esperado: 60 sacas por hectare.
– Nós não tivemos nenhum problema de clima. Transcorreu normal, sem problemas de seca como a gente tem no sul do Estado. E a questão também são os tratos culturais, a adubação pesada no solo e mais o que eu faço aqui na propriedade são os micro nutrientes folhares – explica.
Cofferi comercializou tudo antecipado por um valor de R$ 60 a saca. Produziu bem, por um bom preço:
– A comercialização deste soja inicial, quem comercializou em dezembro pegou um valor agregado bom. Quer dizer, o mercado tava pagando R$ 60 a saca aqui. A gente fechou contrato. Agora, lógico, o mercado começa a cair. Hoje está oscilando em torno de R$ 55, R$ 56.
O desafio agora não é novo: a ineficiência logística que começa do lado de fora da porteira e vai até o embarque nos navios.
– Mais uma vez nosso gargalo vai ser o problema de rodovia e problema portuário. Nós não tivemos mudança significativa da safra anterior para esta safra. A Aprosoja, sistema Famasul e todas as instituições estão voltadas ao setor do agro, tentando trabalhar politicamente para que se viabilize melhores alternativas ao produtor rural – diz o presidente Aprosoja-MS, Maurício Saito.
E uma das alternativas é antiga: a ferrovia que liga a cidade de Maracaju, em Mato Grosso do Sul, até Guairá, no Paraná, e de lá ao porto de Paranaguá. Há mais de 10 anos no papel, avançou muito pouco até hoje.
– O governo ajustou alguns parâmetros do edital para lançar a licitação da ferrovia, mas nas próximas duas ou três safras não deveremos ter nenhuma melhoria efetiva para os produtores. Mas é um projeto que a gente acredita ser muito viável, que traria melhorias para os produtores de Mato Grosso do Sul. Até lá o produtor infelizmente vai ter que diminuir o seu potencial competitivo pela ineficiência logística. Então o produtor faz a lição de casa, como estamos vendo aqui na lavoura. Boa produtividade, trabalho bem feito, que é perdido por conta da ineficiência logística – lamenta o diretor técnico da Famasul, Lucas Galvan.