A crise hídrica que país enfrenta foi tema de debate na conferência e a influência que a agricultura exerceu para chegarmos à situação atual dividiu opiniões. Mas foi unânime a posição de que práticas sustentáveis no campo são capazes de evitar futuras dificuldades no abastecimento de água.
– Os reservatórios da maior parte do Sudeste são reservatórios que perderam boa parte da vegetação natural. Se a região fosse mais protegida, se o solo fosse mais preservado, ele impediria enchentes, seguraria a água quando há muita chuva e depois essa água flui normalmente para o reservatório, na época seca do ano. A governança, a boa governança dos solos é essencial para a gestão da água, principalmente em momentos de crises hídricas – avalia Carlos Nobre, diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Cemaden/MCTI).
Roberto Rodrigues, coordenador da GVAgro, foi um dos convidados da mesa de debates desta sexta-feira.
– A agricultura tem sido um instrumento fundamental de mitigação de crise, tanto na área hídrica, quanto na área de mudanças climáticas. Nossa tecnologia, desenvolvida pelo Brasil nacionalmente, estadualmente, nas universidades e órgãos de pesquisa e difundida por técnicos agrícolas tem sido um elemento fundamental pra preservar os recursos naturais – disse Rodrigues.
Ele também falou sobre as expectativas para os recursos do próximo Plano Safra e disse que conversou com a ministra Kátia Abreu sobre o assunto nesta semana.
– Esse foi um ano com margens menores, o horizonte do ano que vem é um horizonte de custos maiores, portanto ainda menos margem para o ano que vem, de modo que o crédito é a base para o sucesso da agricultura. Confio muito que ela realmente consiga os recursos necessários – finaliza.