Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Aliança da Soja

Nova classificação de maturação das cultivares da soja auxilia produtor

Diferenças entre ciclos, hábitos de crescimento e melhor período para aplicação de fertilizantes são destacados por especialistas

No Brasil, existem 2.387 cultivares entre convencionais e transgênicas registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Assim, o mercado de sementes é capaz de oferecer variedades com diferentes períodos de maturação que podem se ajustar de acordo com a região e a rotação de culturas desejada.

Desta forma, existem opções que vão de super precoce à tardia. No entanto, essas possibilidades causam, muitas vezes, confusão entre os produtores. Por isso, a nomenclatura está em mudança no mercado. Esse foi um dos destaques trazidos pelo 13º episódio do programa Aliança da Soja.

Para explicar o assunto, o coordenador técnico e de pesquisa do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), João Pascoalino, detalhou que, muitas vezes, o mesmo cultivar plantado em diferentes regiões pode apresentar variação na duração do ciclo. “Na região Sul, a cultivar se comportava como média, e na Centro-Oeste, por exemplo, a mesma cultivar era considerada precoce”, comenta.

Segundo ele, essa multiplicidade acabava por confundir os produtores e consultores. “Para contornar a situação, surgiram os grupos de maturação, que levam em consideração as regiões de cultivo, classificam as cultivares  com valores que variam de 0 a 10 e, ainda, separam as cultivares de acordo com a melhor adaptação para a região, onde poderão atingir o máximo poder produtivo, o que é ótimo para o produtor porque essa é uma nova informação”, explica.

novos cultivares de soja
Foto: RRRufino/ Embrapa

Ainda assim, o coordenador técnico lembra que, embora exista o grupo de maturação, esse fator não elimina o fato de a duração do ciclo variar de acordo com as regiões. “Isso acontece porque a cultivar sofre algumas influências de latitude, temperatura média e foto-período. A duração do ciclo pode variar e a escolha é extremamente importante para o produtor”.

Ciclo da soja

Quanto à escolha de hábito da planta, Pascoalino reforça que a vantagem do ciclo determinado é a concentração na floração entre 40 e 45 dias após a emergência, sendo que as pragas e doenças tendem a se concentrar neste período. “Isso ajuda o posicionamento de defensivo para o manejo dessas moléstias, assim como no manejo nutricional”, conta.

Já para os produtores que optam por ciclo indeterminado, a floração pode iniciar-se com 20 dias após a emergência e se manter por mais 20 dias, ou seja, a duração da floração é maior e não se concentra em um período específico. “Embora isso dificulte o manejo do produtor e exija mais concentração, existem grandes vantagens neste processo. São plantas com maior capacidade de recuperação, com o produtor podendo errar que, mesmo assim, a planta possui mais capacidade de se recuperar, e o potencial produtivo tende a ser maior também”, especifica.

De acordo com o coordenador técnico do Cesb, as cultivares em ciclos mais curtos, que permitem segunda safra e hábito de crescimento indeterminado, com florescimento durante todo o ciclo, hastes mais altas e eretas e pouco engalhamento são as preferidas do produtor no Brasil, de Sul a Norte.

Lembrando que o ciclo da soja se divide em fases vegetativa e reprodutiva. Assim sendo, são denominadas dessa maneira:

Fase vegetativa: representada pela letra V

  • A planta prioriza a raiz e o crescimento de folhas, fazendo o acúmulo de reservas
  • As divisões nesta fase são: VE, VC, V1, V2, V3, V4 e VN

Fase reprodutiva: representada pela letra R

  • A planta prioriza o desenvolvimento das flores e enchimento dos grãos
  • Grupo de maturação dividido em R1, R2, R3, R4, R5, R6, R7 e R8

Quanto a essas fases, o diretor da Esalq/USP, Durval Dourado Neto, explica algumas estratégias de manejo. “Teoricamente, é preciso ter uma população de plantas e um espaçamento para que durante o início da fase reprodutiva, entre o R1 e R2, se tenha a máxima absorção de luz e, ao mesmo tempo, não se tenha respiração excessiva. Normalmente essas populações são determinadas pelo detentor da variedade. É importante o agricultor seguir a orientação, que varia entre cada ambiente de produção”, detalha.

Foto: Pedro Silvestre

Adubação das cultivares

Sobre a adubação, o especialista lembra que essa tarefa pode começar na fase vegetativa e se estender durante a reprodutiva. “O fósforo, como exemplo clássico, pode ser aplicado na pré-semeadura ou se colocar no sulco de semeadura, mas recomendamos sempre a aplicação localizada. Com o potássio é a mesma coisa, porém, também se pode fazer a lanço em cobertura até o V4. O cobalto e o molibdênio, por exemplo, podem ser aplicados no tratamento de sementes para a fixação biológica de nitrogênio, mas também é possível fazer a aplicação foliar, principalmente quando a infecção está se estabelecendo”, explica.

Já em relação ao controle de ervas daninhas e doenças, o manejo precisa ser feito no início do ciclo, antes mesmo da semeadura. “O limite para o controle seria, mais ou menos, no V4. É importante que se utilize diferentes técnicas, mesmo em pré-semeadura, com dessecação, aplicação em pré-plantio incorporado, em pré-emergência e utilizando, por exemplo, das variedades Roundup Ready, até mesmo em pós-emergência, que é o caso do glifosato, até o V4. A partir daí, começa haver perda de produtividade devido à competição da planta de soja com a planta daninha por água, por nutrientes e por luz.

Sobre o monitoramento de lagartas, Dourado Neto afirma que deve abranger todo o ciclo, do V1 ao R7. “Já o percevejo, que é um problema de vagem, deve ser feito o manejo no final”, completa.

Sair da versão mobile