No mundo, já foram encontradas mais de 100 doenças diferentes que atacam a cultura da soja. No Brasil, o registro é de 40 patologias, entre elas, a cercosporiose ou infestação por cercóspora. A praga atinge a planta no final do ciclo, deixando os grãos roxos e comprometendo a qualidade final.
O fungo causador pode permanecer em restos culturais como a palhada e alterar, além da qualidade, a quantidade de grãos. Quando não controlada logo no início, a doença causa perdas de três a cinco sacas por hectare.
De acordo com o engenheiro agrônomo e professor de fitopatologia e tecnologia de aplicação, Marcelo Gripa Madalosso, outro ponto a ser observado é o teor de proteína do grão, que diminui cerca de 4%. “É assustador a quantidade de proteína a menos, quando eu tenho o grão atacado por cercospora, principalmente, aquele grão roxo”.
Segundo ele, a diminuição do vigor da semente tem caído muito, especialmente em variedades precoces e superprecoces.
A cercosporiose rasga o tegumento, que é a casca da soja, perdendo a proteção do grão. “Com isso, permite a entrada de umidade e isso deprecia o vigor e a qualidade do grão. A gente tem que ficar muito atento porque, principalmente, as áreas produtoras de soja no Brasil, Paraguai, Bolívia e Argentina teve a presença de cercospora aumentando muito nas últimas safras”, finaliza.