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Aliança da Soja

'Exigências chinesas de padrão da soja podem prejudicar mais eles do que nós'

Para professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e membro da Comissão da CNA que discute o tema, oleaginosa brasileira já é superior à norte-americana e China

A Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vem discutindo a revisão do padrão oficial de classificação da soja e de seus subprodutos, conforme estipulado pela Consulta Pública aberta na Portaria nº 532/2022, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Close em mãos segurando um punhado de soja
Foto: Roberto Kazuhiko Zito/Embrapa Soja

Ao mesmo tempo, a China, principal compradora da oleaginosa brasileira, também está revisando os requisitos dos grãos que ela adquire. Entre as demandas do país asiático estão a redução da umidade de 14% para 13% e maiores índices de óleo e proteína. De acordo com o professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e membro da Comissão da CNA, Paulo César Correa, o conceito de “grãos perfeitos” requerido pelos chineses impactará substancialmente no que o Brasil trabalha internamente em termos de classificação.

“Em relação à soja e agricultura tropical, o Brasil já é imbatível em conhecimentos. Claro que a divulgação e uso deste conhecimento têm de ser mais difundidos, mas somos detentores do conhecimento de agricultura tropical como ninguém no mundo. A nossa soja, por exemplo, é melhor do que a norte-americana, assim como a produtividade”, declara o professor. “Os chineses estão em busca de aumento de proteína e óleo e a nossa soja já é melhor do que a norte-americana nesses termos”, lembra.

De qualquer maneira, conforme Correa, como a China é o país que mais compra a soja nacional, cabe ao Brasil estipular um período de discussões e adaptações. Assim como o padrão que o país asiático estabelece para o gado, o professor da UFV não descarta que os requisitos para a soja sejam meramente mercadológicos. “De qualquer forma, temos de deixar muito claro que existe a oferta e a demanda. Então teremos de entrar em acordo porque, do contrário, eles não terão a oferta e isso pode complicar mais para eles do que para nós”, considera.

 

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