Em setembro deste ano, a China importou 5,936 milhões de toneladas de soja brasileira. Quando comparado com o mesmo período de 2020, houve uma queda de 18%. Os dados são da Administração Geral de Alfândegas Chinesa.
De acordo com o analista Guilherme Galan, diretor do Valor Rural, o ano de 2020 foi atípico, porque o país asiático realizou estoque de alimentos. “Eles fizeram no ano passado uma estratégia de estocar bastante. Eles estavam com o consumo de carne suína intenso e precisavam muito dessa soja. Então, esse ano, com os estoques voltando, o mercado começa a se regularizar”, comenta.
Apesar da queda prevista, Galan ressalta que a baixa foi além do esperado. “Quando a gente compara esse ano com o ano passado, a gente já previa uma queda, talvez não de 18%, foi uma queda um pouco a mais do que a gente esperava, mas havia já uma expectativa normal de haver uma desaceleração dessa importação de soja, principalmente pelo mercado chinês.
O preço da commodity é balanceado de acordo com a relação de oferta e demanda mundial. A China é o principal importador do grão brasileiro, comprando cerca de 70% do total embarcado. A baixa na demanda chinesa já trouxe impacto para os valores de mercado, tanto no físico como nos contratos futuros.
“Esse movimento da China e uma expectativa de uma grande oferta de soja, ela [soja] começa a desacelerar e, da mesma forma que no ano passado, nós tivemos muito extrapolado os preços, eles começam agora ir para algo um pouco mais normal. A gente fala que as commodities subiram de prateleira, só que agora estão buscando dentro dessa prateleira um preço um pouco mais real no mercado mundial” finaliza diretor.