O Brasil é o país com o maior volume percentual de fazendas certificadas de soja, somando 236 propriedades, o que corresponde a 83% do total. Para receber a certificação é necessário ser aprovado por auditoria que avalia 106 indicadores, divididos em cinco princípios:
1) Atender a legislação vigente do país de produção;
2) Respeitar as leis trabalhistas, com boas condições de convivência, uso do EPI, etc;
3) Integrar as comunidades ao redor da fazendo, sejam indígenas ou tradicionais. O bom relacionamento entre as comunidades e a propriedade precisa ser comprovado na auditoria;
4) Respeitar o meio ambiente com reserva legal, áreas de preservação permanente (APP), código florestal e outras exigências;
5) Seguir as boas práticas agrícolas com manejo integrado de pragas, plantio direto e rotação de culturas.
De acordo com o consultor da Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS), Cid Sanches, o Brasil tem sido referência no modelo de fazenda responsável e lidera o volume percentual mundial, seguido pela Argentina. O crescimento anual é de 20 a 25%, acrescentando de 20 a 30 produtores todos os anos. A projeção é de continuidade no aumento de propriedades certificadas no país motivado, principalmente, pela chamada propaganda ‘boca a boca’.
“Os vizinhos ficam sabendo que o seu vizinho está certificado e ele quer também. Todos os grupos que a gente faz a certificação estão crescendo, estão incorporando novos produtores. Os seus vizinhos, familiares, que são produtores também, estão procurando a inscrição de mais grupos empresariais e a cada ano, aos pouquinhos, vão incluindo novas fazendas certificadas”, comenta.
Ainda segundo Sanches, a demanda mundial por soja certificada está em alta, principalmente, vinda de países da Europa. E o Brasil tem potencial para continuar crescendo e ofertando o produto. “O profissionalismo dos produtores brasileiros fez chegar na frente, por serem mais produtivos. Isso é uma questão sem volta. No futuro, sempre vai ser exigido mais rastreabilidade, para que o consumidor saiba de onde está vindo o seu alimento”, finaliza.