Até a última sexta-feira (4), 67 casos de ferrugem asiática na safra 21/22 de soja foram registrados pelo Consórcio Antiferrugem. Por enquanto, Goiás é o estado com a maior incidência, com 17, seguido de Mato Grosso, que computa 13. No mesmo período do ano passado, haviam 112 focos.
A doença é causada por um fungo que provoca a desfolha precoce, impedindo a formação completa da planta e o enchimento de grãos, resultando em baixo teto produtivo. Em Rio Verde (GO), a proliferação da doença preocupa os agricultores.
Para o presidente do Sindicato Rural do município, Luciano Jayme Guimarães, a tendência é que os focos da ferrugem aumetem ainda mais. “O produtor tem de ficar muito atento a isso para não sofrer prejuízos em sua lavoura. […] o produtor deve fazer o monitoramento constante em sua lavoura de uma ou duas vezes por semana”, recomenda.
Os primeiros focos da doença nesta safra foram identificados pelo laboratório do Sindicato, que oferece o serviço sem custos ao produtor. O assessor técnico da entidade, Alexandre Câmara Bernardo, lembra, ainda, que a ferrugem asiática provoca danos de 10% a 90% quando instalada na plantação e não manejada corretamente. “Estamos à disposição e gratuitamente no Sindicato Rural de Rio Verde para realizar essas análises junto ao setor produtivo”, afirma.
De acordo com a coordenadora do Consórcio Antiferrugem, Claudia Vieira Godoy, a maior preocupação é quanto às cultivares de ciclo tardio. “Nos últimos anos o que tem sido observado é que as lavouras que são semeadas mais tarde acabam tendo maior incidência da ferrugem porque o fungo se multiplica nas primeiras lavouras colhidas e acaba tendo uma maior pressão da doença nas lavouras mais tardias e acabam demandando um controle mais intensivo, muitas vezes em intervalos menores e sempre associado ao multissítio”, explica.
Ao identificar a doença na planta, o produtor deve redobrar as atenções para não atrasar o calendário de aplicação de fungicidas. “A ferrugem é a [doença] mais agressiva, mas temos outras doenças para fazer o controle na cultura, até antes da ferrugem […]”, constata Claudia.