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Aliança da Soja

Controle de percevejos na soja evita perdas de até 50% na produtividade

Programa também destacou aplicação correta de dessecantes na lavoura. Engenheiro agrônomo explica que medida pode atrasar colheita ao invés de adiantá-la

Principais espécies de percevejos na soja no Brasil, os danos causados na pré-colheita e como controlá-los foi um dos principais assuntos abordados no 24º episódio do programa Aliança da Soja. Além disso, a equipe se debruçou na importância da dessecação do grão e de que forma optar pelo sistema na lavoura.

A respeito da praga, para fins didáticos, observa-se que o percevejo-marrom, por exemplo, é o mais comum nas regiões mais quentes do norte do Paraná e no Centro-Oeste. Já o verde se adapta melhor às regiões mais frias e permanece em atividade o ano inteiro, podendo chegar a até seis gerações por ano. A espécie verde-pequeno completa três gerações em soja no verão, se estendendo, também, na entressafra. O percevejo barriga-verde, por sua vez, altera seus hábitos alimentares e se transforma de um sugador de sementes para um devorador de tecidos vegetativos.

Segundo o engenheiro agrônomo da Fundação MS, Luciano Del Bem Júnior, a entidade realiza o monitoramento das lavouras no decorrer dos anos e observa que o percevejo ainda não entrou no ciclo da cultura nesta safra 2021/22. Para ele, é importante lembrar, também, que existem percevejos que acabam sendo um problema secundário na soja, como o barriga-verde, que passa a ser um transtorno apenas na cultura seguinte, como a do milho safrinha, muito comum no Centro-Oeste do país, por exemplo.

Controle de percevejos

Para traçar a metodologia de controle da praga, o especialista afirma ser imprescindível a identificação de três pontos:

  • Quem são eles: a correta identificação do percevejo
  • Onde estão: os percevejos adultos ficam na parte de cima da planta e as ninfas na mediana
  • Quantos são: identificar a quantidade de percevejos atacando a cultura

“Em termos de nível de controle, trabalhamos na prática com em torno de meio a um percevejo por batida de planta, em média”, explica. De acordo com ele, a falta de controle sobre essa praga pode levar a perdas de produtividade de 30% a até 50% na soja.

“É preciso fazer a batida de pano, a identificação correta da praga e, só então, ter maior assertividade na escolha do ingrediente ativo, do inseticida que vai ser aplicado, da tecnologia de aplicação, que é a forma de colocar esse produto. O agrônomo e o técnico precisam ter esse conhecimento e passar essas informações ao produtor para que ele tenha maior acerto no controle dessa praga”, sintetiza.

Dessecação

A dessecação da soja é um componente importante por beneficiar a safra atual e trazer vantagens para a próxima temporada a ser implementada. Segundo o engenheiro agrônomo Alexandre Gazolla, tal processo é recomendado na maturidade fisiológica do grão, que é o estágio R7.3. “É no momento em que se tem grande parte dos grãos ou sementes desligadas da planta, ou seja, é o momento em que a planta está fechando o seu ciclo e se tem o máximo peso de grão que não se está comprometendo a produtividade da lavoura”, explica.

De acordo com ele, no Brasil existem regiões que dessecam o grão de forma antecipada e outras que o fazem de maneira ainda mais precoce. “Se a dessecação for antecipada, ao invés de encurtar o processo da colheita, se estará prolongando. Isso é possível visualizar com uma clareza muito grande em regiões que se tem a pressão do milho safrinha, ou seja, se desseca quatro dias antes da maturidade fisiológica e a colheita acaba se prolongando por 11 dias após a dessecação. Se o produtor esperar mais alguns dias para o atingimento da maturidade fisiológica, terá uma colheita em oito dias e não 11 ou 12”, recomenda.

Foto: Gilson Abreu/AEN

Gazolla destaca que a vantagem da dessecação tanto para o sojicultor quanto para o produtor de sementes reside, principalmente, no planejamento de colheita, além de gerar menos biomassa para ser trilhada com a colheitadeira, reduzindo o consumo de combustível em até 20%. “Como a colhedora terá menos massa para trilhar, se promove, também, uma melhor distribuição da palha pela máquina. No momento em que se corrige a maturidade da planta e se uniformiza a lavoura, consegue-se ter melhor trilha e, com isso, tem-se menos palha para distribuir atrás da máquina e essa palha impacta significativamente no plantio da safra subsequente”.

Para o engenheiro, outro ponto fundamental é a redução da perda de grãos e o dano mecânico associado ao processo de sementes, algo muito significativo para a manutenção da qualidade dos futuros lotes. “É importante reforçar que a dessecação deve ser conduzida com produtos registrados para essa finalidade no Ministério da Agricultura. Um ponto muito importante que o produtor deve seguir é a tecnologia de aplicação, por exemplo, folhas e plantas em final de ciclo têm baixa absorção e os produtos registrados para essa finalidade são os de contato, então, preciso molhar a planta em todo o seu dossel para ter eficiência na uniformização da maturidade e na correção da haste-verde, o que impacta muito no processo de trilha”, informa o engenheiro.

O programa Aliança da Soja é uma parceria entre o Canal Rural e a Plataforma Intacta 2 Xtend e é exibido todas as segundas-feiras, às 13h35, com reprise às terças-feiras, às 6h30.

 

 

 

 

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