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Aliança da Soja

Entenda como a biotecnologia revolucionou as lavouras de soja do RS

Novas cultivares fizeram do estado partir da pior média de produtividade do Brasil para se equiparar à dos líderes do país

A faísca que gerou a revolução tecnológica nas lavouras gaúchas de soja atende pelo nome de biotecnologia. Essa é a constatação do CEO da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, um dos convidados do Fórum Aliança da Soja, realizado na última terça-feira (7), no município de Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul.

semente de soja
Foto: Embrapa Soja Arquivo

Para o especialista, a chegada das variedades da oleaginosa trazidas da Argentina no final da década de 1990 levou os agricultores da região a saírem da zona de conforto e perceberem que era possível produzir mais e melhor.

“Há cerca de 20 anos, quando me formei em agronomia, encontrávamos no Rio Grande do Sul as produtividades médias de soja mais baixas do Brasil. As maiores estavam no Paraná, em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso”, contou.

No entanto, segundo ele, de 2016 a 2020, o estado sulista praticamente igualou os números dos líderes. “Hoje um campo gaúcho de soja tem tanta ou mais tecnologia que um campo de Sapezal e de Sorriso (MT), de Rio Verde (GO) ou de Patos de Minas (MG), por exemplo”.

O diferencial da biotecnologia

Durante o evento, o CEO da Céleres também destacou que empresas que seguem as instruções normativas da CTNBio para obter autorizações e fazer pesquisas com biotecnologia estão no “estado da arte de ciência”. “Se produtos de alimentação orgânica ou convencionais tivessem metade das exigências técnicas e científicas que um evento de biotecnologia tem ao longo do processo de aprovação, esse produto seria muito mais seguro e teríamos um padrão alimentar muito melhor“.

Foto: Embrapa Soja

Atualmente, a soja transgênica é adotada por 95% dos agricultores brasileiros. Considerando culturas de verão e de inverno, cultivares transgênicas abrangem 60 milhões de hectares cultivados. Enquanto isso, no começo dos anos 2000, as lavouras com biotecnologia ocupavam, apenas, quatro milhões de hectares.

“Todos os anos os agricultores reforçam os votos de confiança em uma tecnologia que entrega resultados porque está envolta em uma engrenagem com um ambiente regulatório que funciona, além de contar com empresas, pesquisadores, universidades e centros de pesquisa que atuam de forma sincronizada trazendo resultados que atendem as necessidades e os desafios de produção das diferentes regiões do Brasil”, destacou.

Galvão ainda enfatizou que o produtor escolhe tecnologias transgênicas pela segurança, eficácia, eficiência e, consequentemente, retorno econômico. “Nos próximos dez anos, teremos a fase da evolução fina, porém constante, do tema da biotecnologia brasileira. Nesse sentido, o setor privado é primordial para esta participação. Se compararmos com o final da década de 1990, 64% das variedades de soja que foram registradas no Registro Nacional de Cultivares (RNC), do Mapa, foram públicas, ou seja, da Embrapa, de universidades federais e de institutos públicos de pesquisa, e apenas 36% variedades do setor privado. Já na safra 2019/2020, de tudo o que foi registrado no RNC de variedades de soja, apenas 5% vieram do setor público. Então não saímos de 30 sacas para 60 de produtividade média apenas com investimentos em pesquisa do setor público. Tivemos esse salto brutal de produtividade com dinheiro privado”, demonstrou.

O poder da oleaginosa no RS e no Brasil

A produção de soja no estado do Rio Grande do Sul deve atingir 21 milhões de toneladas na safra 21/22, conforme estimativa do Emater-RS. No Brasil, segundo projeção da CNA, o valor bruto da produção do grão deve alcançar R$ 390 bilhões, 33,6% a mais do que o registrado em 2020.

Foto: Daniel Popov

Presente no Fórum Aliança da Soja, o diretor de Conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira, destacou que é sempre importante lembrar que a soja é o grande ativo do agronegócio brasileiro. “Neste ano, as exportações do agro brasileiro devem crescer 20% em relação ao ano passado em plena pandemia, de 100 bilhões para 120 bilhões de reais. Desse montante, a soja representa quase 40 bilhões de reais, ou seja, 1/3 de toda a receita cambial do agronegócio brasileiro em 2021 vem da soja“, afirmou.

Confira o evento na íntegra:

 

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