A tecnologia de fixação biológica do nitrogênio é uma das mais impactantes para a sustentabilidade na produção de soja no Brasil. Neste cenário, existem as técnicas de inoculação e coinoculação. Segundo o coordenador regional de lavouras em Maringá do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Eduardo Henrique Lima Mazzuchelli, os dois métodos trazem amplos benefícios ao produtor.
“A inoculação da soja é a introdução do gênero de bactérias Bradyrhizobium para realizar a fixação biológica do nitrogênio. A planta, como uma leguminosa, realiza esse processo em simbiose com o Bradyrhizobium. Já a coinoculação é a utilização desse Bradyrhizobium associada a Azospirillum brasilense, que é outra bactéria promotora de crescimento em plantas”, explica.
Desta forma, o ideal é que o produtor realize a inoculação da soja e potencialize os seus resultados por meio da coinoculação. “A inoculação sozinha garante um rendimento de 8% em relação às áreas não inoculadas, ao passo que a coinoculação garante mais 8%, então são 16% de aumento de produtividade, segundo a pesquisa”.
Mazzuchelli salienta que as duas técnicas não representam custos elevados na lavoura. “O produtor só precisa tomar muito cuidado com o processo porque estará trabalhando com organismos vivos, mas é uma técnica extremamente barata em relação à adubação nitrogenada. Só para ter ideia, o Brasil economiza a cada safra acima de 14 bilhões de dólares nesta fixação biológica frente aos adubos nitrogenados que são onerosos e também agridem o meio ambiente”, conta.
O coordenador do IDR-PR lembra, ainda, que a Embrapa Soja conduziu estudos ao longo de 25 anos comprovando a eficiência e melhoria em produtividade com a inoculação e a coinoculação da soja. “O produtor só tem a ganhar porque é uma técnica extremamente rentável e sustentável pelo apelo ambiental e econômico. Ele [o produtor] tem um salto muito positivo de produtividade. Basta adotar a técnica de forma consciente e com o auxílio do agrônomo”, aconselha.