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Área irrigada com pivô central cresce 32% no Brasil

Estudo inédito da Agência Nacional de Aguas (ANA) e Embrapa mostra o mapa da irrigação com pivô central no paísO Brasil tem quase 18 mil pivôs irrigando uma área de 1,17 milhão de hectares. Nos últimos cinco anos, os pivôs são o método de irrigação que cresce no país. O aumento gira em torno de 50 mil a 80 mil hectares por ano.

Fonte: Divulgação/Agência Nacional das Águas

Essas informações estão em um estudo inédito feito em parceria entre a Agência Nacional de Aguas (ANA) e a Embrapa. A pesquisa analisou imagens de satélite e concluiu que a área irrigada por pivôs atualmente é 32% maior do que o que foi apontado no Censo Agropecuário de 2006.

Três municípios são os responsáveis pelo maior número de pivôs: Unaí e Paracatu, em Minas Gerais, e Cristalina, em Goiás. E não é por acaso: eles ficam na divisa entre os dois estados, e compartilham as mesmas características.

aumento da produtividade que o mecanismo oferece é um dos motivos do crescimento do uso. O produtor de milho e soja de Cristalina Josino Antunes, por exemplo, há oito anos irriga 30 hectares de lavoura com um único pivô. Mesmo com os custos, ele não abre mão do equipamento.

– Os resultados são muito bons. Esse ano, por exemplo, nós tivemos aqui um veranico de 25 dias e a irrigação foi determinante para termos uma boa produtividade. Na área de sequeiro tivemos 30% a menos de produtividade – conta o produtor.

Com o estudo, o objetivo do governo federal é utilizar os dados para aprimorar a fiscalização, a capacitação dos produtores e o planejamento do uso de recursos hídricos na agricultura, como explica o especialista em recursos hídricos da ANA, Thiago Fontenelle.

– Os irrigantes têm um alto nível de conhecimento e capacitação com relação à operação de equipamentos. Mas, como em toda área, a gente ainda tem muito a melhorar, principalmente no manejo dessa irrigação, no combate ao desperdício – aponta Fontenelle.

Um dos objetivos do estudo é o cruzamento com cadastros e outorgas de utilização dos recursos hídricos. De acordo com a ANA, isto é importante para o governo poder planejar campanhas de regularização e fiscalização de usuários de água.

Mas o presidente do Sindicato Rural de Cristalina, Alécio Maróstica, diz que os números do levantamento não são confiáveis, pois não levam em consideração que muitos pivôs são itinerantes. Segundo ele, os dados podem prejudicar o agricultor em futuras fiscalizações.

– Nós podemos detectar alguns produtores que falam que têm cinco pivôs e, na realidade, têm apenas um.

Números da irrigação

De acordo com o relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, da Agência Nacional de Águas (ANA), a irrigação é a atividade responsável por 72% do consumo de água no Brasil. Segundo o estudo, quatro estados concentram quase 80% da área ocupada por pivôs centrais no País: Minas Gerais (31%), Goiás (18%), Bahia (16%) e São Paulo (14%). 

Estes estados contribuem para uma concentração de uso de pivôs nas bacias dos rios São Francisco, Paranaíba, Grande e Paranapanema – cerca de 350 mil, 300 mil, 100 mil e 90 mil hectares respectivamente. Estas regiões ficam em áreas densamente povoadas e com alto índice de industrialização, o que resulta num maior consumo de água. Considerando regiões hidrográficas, a do Paraná concentra quase 530 mil hectares (nela estão as bacias do Paranaíba, Grande e Paranapanema) e a do São Francisco acumula 350 mil ha.

A parceria entre a Ana e a Embrapa vai até o fim deste ano. Agora, os pesquisadores estão realizado o levantamento referente a 2014. O objetivo é fazer um comparativo quantitativo do uso dos pivôs a curto prazo, entre 2013 e 2014. Com os resultados, os principais polos de expansão da irrigação poderão ser monitorados mais amplamente.

Acesse aqui um resumo com os principais números do estudo

E aqui, os dados completos do Levantamento da Agricultura Irrigada por Pivôs Centrais no Brasil

Editado por Gisele Neuls

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