As primeiras áreas de arroz desta safra começam a ser colhidas. Um trabalho que impressiona pelas condições do solo. A colheitadeira avança sobre um terreno encharcado. A lâmina d’água é de 15 centímetros, condição exigida para esta variedade de arroz. Depois da colheita, um rolo incorpora a palha ao solo. Tudo vira um lamaçal, e é difícil imaginar que aqui possa ser plantada soja.
O produtor Arnaldo Ecker é arrozeiro há 21 anos na região e há 12 anos também planta soja. Começou com 30 hectares. Hoje planta 750 hectares de soja e outros 750 de arroz. Percebeu que precisava de uma cultura para fazer rotação por conta de um inço difícil de controlar.
Pelo mesmo caminho seguiram outros produtores de arroz, e em dois anos a área de soja no município passou de 900 para 9 mil hectares. E a tendência é de que aumente ainda mais, de acordo com o presidente do Sindicato Rural de Tapes, Juarez Petry.
Quanto ao manejo, é preciso drenar bem a área. Outra exigência é a correção do solo. A calagem é anual, com cerca de 1,5 mil quilos por hectare. A produtividade no primeiro ano fica na casa das 30 sacas por hectare e chega a passar de 50 sacas já no ano seguinte.
Se no campo o caminho está traçado, o foco agora é melhorar a logística, e uma das saídas está na Lagoa dos Patos. A ideia é construir um porto para escoar parte da produção agrícola da região.
Os estudos estão em andamento, de acordo com o prefeito de Tapes, Silvio Rafaeli. Segundo ele, na região são produzidos mais de 80 mil toneladas só de arroz parboilizado. O futuro Porto de Tapes faria parte da hidrovia do Mercosul, ligando o Brasil ao Uruguai, via fluvial.
Como já existe investidor interessado na construção do porto, o sonho pode se tornar realidade num curto prazo.