As plantações de soja se estendem por grandes áreas, parece até que se trata de uma única lavoura, mas são áreas de assentamento. Parcelas de vários donos que se juntam e formam um mar verde de plantação.
Essa é a principal característica das lavouras de Ipiranga do Norte, em Mato Grosso. No município, são sete assentamentos rurais. A área de 49 mil hectares está nas mãos de 550 agricultores. São 35 mil hectares de soja, que na safrinha se transformam em milho e feijão.
Adriano Balestrin é um dos assentados. Chegou ao município em 1998 para se juntar ao pai que já estava na região. Os dois enfrentaram tempos difíceis, como a crise da soja de 2006, mas superaram e hoje Adriano já se diz tranquilo quanto ao futuro da família.
Este espírito de perseverança chegou à região muito antes dos assentamentos e da criação do município e se personifica através do produtor rural Floriano Bogorni. Ele saiu do Paraná em meados da década de 70. Para chegar na fazenda, onde mora hoje, teve que subir num trator e reabrir 57 quilômetros de estrada. Nos anos 80, apostou na cultura do arroz, mas não deu certo. Mesmo assim não desanimou e procurou alternativas. Começou a produzir mudas no meio da floresta.
Com a renda do viveiro, deu estudo aos filhos. Um deles se formou em agronomia e é o responsável por retomar a agricultura na família. Hoje planta 270 hectares de soja e prepara mais 600 hectares para a safra do ano que vem.