Quando a lavoura de soja, de 152 hectares, chegou na fase de florescência, o produtor Jair Berta passou a fazer visitas mais frequentes para vigiar a ferrugem asiática. Ficou surpreso quando, em vez do fungo, encontrou outra praga: ácaros e em uma população suficiente para causar preocupação.
Apesar de a infestação ter sido controlada, ainda é possível encontrar indivíduos dessa espécie de aracnídeos na plantação. São tão pequenos que só é possível vê-los com ajuda de lupas. Na imagem, é um pontinho escuro que se movimenta de um lado para outro. Os ácaros se alojam na parte inferior das folhas, perfuram as nervuras e se alimentam da seiva da planta. Manchas esbranquiçadas nas folhas e reboleiras amareladas na plantação podem indicar sinais da presença de ácaros.
Em uma lavoura de Medianeira se percebe bem a consequência do ataque dos ácaros. Houve um desfolhamento precoce das plantas. O aparecimento desta praga está normalmente associado à seca e a temperaturas altas. Foi o caso da região paranaense, que teve uma estiagem de três semanas entre os meses de novembro e dezembro.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Medianeira, a presença de ácaros foi constatada em praticamente todas as lavouras do município.
A aplicação extra aumentou os custos em aproximadamente R$ 45 por hectare. Fora isso, e por ter sido constatada a presença dos ácaros em tempo, não houve maiores consequências, como redução de produtividade. Na região, a expectativa é das melhores para esta safra.