Em Mato Grosso do Sul, na região de Bandeirantes, São Gabriel do Oeste e Camapuã, a maior parte das lavouras de soja deverá ser colhida em maior volume entre 25 de janeiro e 20 de fevereiro. Com o conjunto de informação obtido em 90 dias de visitas a lavouras – mais de 70 – é possível avaliar que tipo de problemas impede, do ponto de vista técnico, maiores rendimentos de soja.
Dividimos em dois grupos esses problemas. Aqueles que dependem apenas de atitudes dos agricultores e aqueles em que o agricultor não só depende de suas atitudes, mas também de influencias bióticas.
No primeiro grupo, duas atitudes do produtor apareceram com muita freqüência e estão comprometendo o rendimento da soja. A adubação a lanço, em que o agricultor alega que não há diferença entre adubar a lanço ou na linha de semeadura, e a perda de rendimento decorrente de escolha da época de semeadura aliada a variedades muito precoces.
Adubar na linha pode representar até mais quatro sacas de soja por hectare em anos com períodos de estiagem longa. Já as semeaduras antecipadas com variedades superprecoces (entre 15 e 25 de setembro nesta safra) foram prejudicas pela falta de chuva. Essa atitude está resultando em, pelo menos, perdas de rendimento de 10 sacas por hectare.
No outro grupo, em que aparecem também as influências bióticas, aparecem a buva, as doenças mancha alvo e mofo branco, nematóide – principalmente o pratylenchus brachyrus -, as pragas de solo como a lagarta elasmo e a mais recente praga da soja, a lagarta da maçã.
A lagarta da maça migrou das lavouras de algodão para a soja e teve grande ocorrência nas últimas safras de soja no Brasil. Ela se alimenta de vagens e grãos, configurando um grande prejuízo ao produtor rural, principalmente pela dificuldade em manejá-la, pois sua localização é de difícil acesso.
As atitudes que só dependem do agricultor podem evitar grandes perdas nas lavouras. O ganho de 14 sacas por hectare de soja em uma safra, por exemplo, é muito significativo.