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Blairo Maggi diz que etanol de milho não compete com produção de alimentos em MT

Senador participou de série de eventos sobre produção de combustívelO presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira, falou sobre os desafios para a produção de etanol de milho durante o Fórum Brasileiro de Etanol de Milho e Sorgo, realizado em Sorriso, no norte de Mato Grosso. Ele diz que é preciso vencer as resistências ao uso do cereal para geração de energia e que a produção de etanol de milho é a solução para escoar o excedente do grão em Mato Grosso, que hoje depende do apoio governamental para garantir aos a

– Hoje estamos vendendo o milho pelo mesmo preço de um sanduíche. A cada duas sacas exportadas, uma vai embora como frete – diz ele, lembrando que uma tonelada de milho, que hoje vale R$ 150, pode se tornar R$ 1 mil com a produção de etanol e do DDG (um concentrado proteico) para alimentar gado, aves e suínos.

Comum nos Estados Unidos, a produção de etanol a partir do milho é ainda incipiente no Brasil. Para o Senador (PR/MT) Blairro Maggi, os norte-americanos tiveram um rápido crescimento no setor porque conseguiram levar as indústrias para dentro da zona de produção. Já no Brasil, dificuldades políticas impedem o crescimento do produto.

– O governo sempre defendeu que a produção de etanol de cana é mais eficiente e politicamente correta, por não competir com a produção de comida.

Mas segundo ele, o etanol de milho não disputa com produção de alimentos em Mato Grosso. O assunto seria visto como um tabu. Outro impedimento é a logística para escoar a produção. Para que o produtor invista neste mercado, o senador faz uma sugestão.

– O Estado precisa abrir mão de parte do ICMS do etanol de milho, pelo menos no início, até que o investimento tenha retorno. 

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, afirmou que as políticas do governo para a regulação de preço são apenas paliativas.

– Isso tudo apaga fogo. Mas não é sustentável economicamente.

Prado falou ainda das vantagens em investir no setor. 

– É uma fonte de energia sustentável e, além do combustível existe um subproduto, que é o concentrado proteico (DDG), utilizado na ração animal.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SPA/Mapa), Neri Geller, afirma que é preciso organização dos produtores e representantes do setor para que o assunto seja debatido com o governo.

O assunto é tema de um dia de debates sobre etanol de milho e Sorgo, no sindicato Rural de Sorriso, em Mato Grosso. Quatro painéis que abordam políticas públicas para o etanol, viabilidade econômica do etanol de milho, desafios técnicos e a apresentação de cases de sucesso. O evento é realizado pela Aprosoja-Brasil e Aprosoja-MT. Os debates têm o apoio do Canal Rural, Novozymes, sindicato Rural de Sorriso e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar MT) e patrocínio da Pioneer.

>>Governo pode discutir produção de etanol de milho, diz Neri Geller

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