Se a paralisação de caminhoneiros e transportadores se prolongar, entretanto, a perspectiva é de maior impacto sobre a colheita de soja e plantio do milho safrinha no Estado.
– Nós estamos em um momento crucial para agricultura: colhendo a safra de soja e plantando a safrinha de milho. Esses bloqueios potencializam a nossa deficiência logística – disse o gestor do Departamento de Produção do Sistema Famasul, Lucas Galvan.
Em virtude do déficit de armazenagem no Estado, produtores não têm muito espaço para guardar a produção dentro da propriedade. Precisam colher e em seguida levar os grãos até o silo mais próximo ou até os portos para exportação.
– Com a interrupção desse fluxo, o produtor fica sem opção – diz.
Nesta terça, dia 24, foram interrompidos trechos de rodovias em Dourados, Campo Grande e São Gabriel do Oeste. De um lado, a soja já pronta para colheita pode ser mantida nas lavouras, por causa da dificuldade de escoamento, e atingida por chuvas, comprometendo a qualidade. Quanto ao milho, produtores temem que falte combustível nas distribuidoras regionais e as propriedades fiquem sem diesel para operar equipamentos.
– A utilização de combustível em maquinário é muito forte nesta época – salientou Galvan.
Até agora, havia relatos de distribuidores sem estoque para atender à demanda apenas na região de Rio Brilhante.
– Por enquanto, é uma questão localizada. Se persistir por mais um a dois dias, aí efetivamente teremos problemas. Ainda não temos efeitos de prejuízos, mas a situação preocupa muito, sim – Galvan.