Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Canal Rural Na Estrada mostra as dificuldades de transporte de grãos, matéria-prima da ração animal

Equipe percorre os principais polos produtores de soja e milho do BrasilO Canal Rural na Estrada deste sábado, dia 1º, mostra as dificuldades enfrentadas durante o transporte de cargas de grãos provenientes de Mato Grosso. A equipe percorre os principais polos produtores de soja e milho, componentes básicos da ração animal. Em Lucas do Rio Verde, os produtores relatam dificuldades para armazenar o milho excedente, já que os silos estão lotados com os grãos.

Confira a íntegra do programa:

O início
O ponto de partida da equipe é Campo Grande (MS). Os profissionais se reencontram após uma semana de descanso do trabalho na estrada. Iniciada a nova jornada, o Na Estrada acompanha a colheita do milho safrinha em Primavera do Leste, Lucas do Rio Verde, Alto Araguaia e Rondonópolis, que rendeu o volume recorde de 14 milhões de toneladas.

– A chuva veio no momento certo, choveu muito. É a causa da produtividade. A gente fez a nossa parte e o resultado está bom – diz o produtor Joel Strobel.

Supersafra
Agricultores de Lucas do Rio Verde (MT) apontam o lado ruim da super safra, uma vez que não há mais espaço para guardar os grãos. Por isso, ao lado dos silos, é possível ver montanhas com toneladas de milho a céu aberto. Ali permanecem até poderem ser escoadas, levadas até o porto no caminhão.

– Nós não conseguimos transportar. É um produto nobre. Nós temos a qualidade de milho excepcional, que tem que ser jogado no chão – lamenta o vice-presidente da Cooperativa Agrícola de Lucas do Rio Verde, Júlio Cinpak.

Primavera do Leste
A cerca de 500 quilômetros, em Primavera do Leste, o programa mostra uma das maiores unidades esmagadoras de soja da Cargil, que processa três mil toneladas por dia. O farelo da oleaginosa é produzido em grande escala para abastecer o mercado interno e países da Europa e Ásia.

O outro lado
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro, aponta que, apesar do grande volume de produção de grãos, o setor enfrenta graves problemas para escoá-los. E afirma que o principal entrave é a logística deficiente.

– Estamos operando na rota errada. Mato Grosso não pode ficar exportando via Santos, Paranaguá, entulhando os portos daqueles Estados e tirando competitividade daqueles produtores e exportadores. E tudo isso em detrimento da nossa vocação, que é exportar pelo arco norte. A parir de São Luis, Vila do Conde, Belém, Santana, no Amapá, Santarém, no Pará, e também Amazonas e Itaquatiara. É por aí que tem que sair a safra – pontua.

Abastecer o mercado interno também é apontado como desafio. Os Estados do Sul buscam farelo de soja e milho para produção de aves e suínos no Centro-Oeste. Os altos preços de transporte aumentam os custos e reduzem a competitividade.

– O milho sai de Goiás ou de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, e segue até o oeste de Santa Catarina ou serra do Rio Grande do Sul, onde está a produção de aves. Isso tem um custo muito grande e está penalizando o país como um todo para exportação, porque hoje o grande produtor de grãos é o Centro-Oeste. O que não fica no mercado interno é exportado por Paranaguá. Então, vai até lá, um pouco para Santos, com um custo logístico muito grande – explica o diretor de produção da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Ariel Antônio Mendes.

Em Mato Grosso, as rodovias apresentam filas de caminhões, em função da falta de manutenção. São veículos pesados, que precisam reduzir a velocidade e driblar as más condições, muitas vezes, desviando o caminho e provocando lentidão na estrada.

A estrada complicada para quem tem que passar toda hora de caminhão.

– É complicado. E se a gente perde tanto tempo, imagina estas carretas carregadas – diz o auxiliar, Eduardo Ongaro.

A estrada também não tem sinalização nem divisão de uma faixa para outra. Com uma pintura escura, é uma estrada perigosa, com grandes quantidades de buraco. Ou se passa pelo buraco ou vai para o acostamento.

Alto Araguaia (MT)
Da região Centro-Oeste, carregando o mesmo produto, outro meio de transporte tem destino igual aos caminhões. O Canal Rural Na Estrada pega então carona em um trem que vai levando para o porto de Santos 85 vagões carregados com grãos e farelo de soja.

No maior terminal ferroviário da empresa América Latina Logística (ALL) no país, saem pelos trilho 500 vagões por dia com farelo e grãos, o equivalente a mil caminhões carregados.

– É uma média de 15 a 30 vagões ao dia de farelo aqui no terminal. Um vagão deste leva em média, de farelo, umas setenta toneladas cada um, e de grão este tipo de vagão leva 80, 85 até 90 toneladas. Nesta tulha a gente consegue fazer 20 vagões por hora nestas duas, quando na outra faz 10, 12 até 14 por hora. Daqui a gente manda para o Porto de Santos e é descarregado nos armazéns e exportado para fora do país – explica Flávio José Dias, coordenador de Terminais da ALL.

A viagem até Santos leva três dias. Mas o destino da equipe do Canal Rural Na Estrada é outro: o Porto de Paranaguá (PR), maior exportador de milho e farelo de soja do país

Descalvado (SP)
Antes de chegar no Paraná, a equipe resolve dar uma parada no interior de São Paulo para registrar os caminhos de uma logística no mínimo curiosa. Foi visitada a indústria de ração Evialis, que todos os dias recebe do norte de Mato Grosso caminhões carregados com milho e farelo de soja.

– Os caminhões estão chegando carregados agora. A mistura da ração é produzida aqui, na fábrica de insumos, onde é feita a mistura nos ingredientes, moagem e peletização – explica o gerente de produção da empresa, João Francisco Morato.

– Existe caso de produtos que nós recebemos a matéria-prima de regiões produtoras como o Centro-Oeste e processamos. Este processo é oneroso porque você trabalha com muitas commodities e em algumas o custo logístico chega a representar de 10% a 25%, um absurdo em função de falta de investimentos, transporte, infraestrutura e carga tributária pesada. Isto tudo interfere no custo do produto que nós entregamos para o cliente – explica o diretor de Marketing da Evialis, Carlos Grossklaus.

Paranaguá (PR)
O Canal Rural Na Estrada retomamos a viagem em direção ao Porto de Paranaguá (PR). É o destino final de grande parte dos trens e caminhões que já mostramos. No local, eles descarregam nos terminais interligados ao corredor de exportação.

– Chegando no terminal Cotriguaçú, a carga já está com navio nomeado e aí depende do fator climático para o navio atracar. Com o tempo se comportando bem, fazemos as exportações para os navios. O farelo tem um destino muito focado na Europa. Já o milho tem um destino mais diversificado, Irã, Espanha, Coréia e agora se especula de que a China será um grande comprador de milho do Brasil – explica o gerente do terminal, Rodrigo Coelho.

A equipe do Canal Rural consegue chegar bem próxima do navio. Uma linha vermelha mostra que ele não foi totalmente carregado ainda. Quando a linha vermelha ficar abaixo da superfície da água, aí sim o navio vai estar pronto para dar a partida, para sair aqui do porto de Paranaguá e atravessar o oceano Atlântico.

Sair da versão mobile