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Há oito anos, Nelson Aparecido Jorge trocou a rotina da maior cidade do Brasil pela tranquilidade de um haras no município de Itupeva, no interior paulista. Ele escolheu criar uma raça para o lazer da família aos fins de semana.
– Precisava ser um cavalo dócil e confortável. Começamos a pesquisar as raças e a que a mais nos impressionou foi a campolina.
A raça, com origem na cidade mineira de Entre Rios, foi nomeada por Cassiano Campolina, por volta de 1870. O principal objetivo do criador era formar animais de grande porte, ágeis, resistentes e confortáveis no andamento. Para isso, ele misturou várias raças, conforme sua intuição e experiência.
– Foi através de uma égua que ele ganhou de presente de um amigo, chamada Medéa, com prenhez de um cavalo andaluz. Dessa aparição, nasceu um macho, o Monarca, garanhão que foi o fundador da campolina. Houve infusões de outros sangues de raças de origem europeia – explica o zootecnista Pedro Assis.
Pelo porte e altivez, o cavalo campolina também é conhecido como grande marchador. Cerca de oito mil animais, de 1.500 criadores, estão registrados no Brasil, a maioria nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Paraná e Rio Grande do Sul.
Aparecido Jorge é empresário no ramo de transporte e, apesar de morar no haras, continua viajando diariamente cerca de 70 quilômetros até São Paulo.
– A gente trabalha e, no final do dia, vem correndo para casa, dá uma passadinha no haras, vê os novos nascimentos. Você faz aquela volta toda, estuda, vira empresário. De repente, quando você adquire a meia idade, dá vontade de voltar às origens. Hoje, é uma paixão muito gostosa e contrabalanceia com as responsabilidades da vida.