Em cem dias de expedição, Áureo Lantmann registra produção de soja contrastante no Brasil

Consultor usa índices para comparar situações antagônicas de cultivo da oleaginosaA expedição do Projeto Soja Brasil está perto de completar cem dias de atividades, revelando a situação das lavouras de soja em todo o território nacional.Podemos afirmar que observamos soja cultivada em solos com 85% de argila e também em solos com 85% de areia. Vimos soja em terrenos com mais de 1.100 metros de altitude e também com apenas 150 metros de altitude.

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Alguns agricultores tiveram custos de produção da soja equivalente a 28 sacas por hectare, enquanto outros apresentaram custo de 48 sacas por hectare, considerando o preço de R$  50 a saca.  

Nossa equipe observou lavouras de soja conduzidas em solos com 40 anos de plantio direto, sem que durante estes anos o solo tenha sido arado, gradeado ou escarificado. No entanto, vimos soja cultivada em solos recém incorporados ao processo produtivo com a leguminosa.

Ao se aproximar de 100 dias de expedição, conhecemos agricultores cultivando 150 hectares de soja, em contraste com outros que plantam 15.000 hectares, e produtores com mais de 45 anos de experiência, e os que não completaram nem um ano no ramo.

Há quem plante a 120 quilômetros do Porto de Paranaguá, e quem esteja a mais de 2.200 quilômetros dele. Nos deparamos com lavouras de soja conduzidas sem nenhuma quantidade de adubo nesta safra e, evidentemente sem comprometer o rendimento (procedimento perfeitamente correto em solos de alta fertilidade), enquanto em outras lavouras gastou-se 44% do custo total com fertilizantes em quantidades de 550 quilos por hectare, mais complementos com adubos foliares. Em ambos os casos, os rendimentos foram idênticos.

Tivemos a oportunidade de conhecer agricultores que há 15 anos cultivam soja no verão e milho safrinha no inverno, num processo de sucessão sem muita sustentabilidade. Mas vimos também os que praticam um sistema de rotação de culturas, em que a soja é cultivada por, no máximo, três anos num mesmo talhão, sendo substituída pelo milho no verão e milheto ou braquiária no inverno, sistema que tem garantido sustentabilidade técnica e econômica. 

É neste universo de contrastes que a soja é cultivada no Brasil.