Muitas lavouras apresentam tamanho bem abaixo do normal e vagens com grãos mal formados e muito leves. O mesmo ocorro no Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As perdas nessas localidades estão oscilando entre 10 e 15%. Já em Mato Grosso, Tocantins, Rondônia e Pará, a boa frequência de chuvas e, sobretudo, os bons volumes, proporcionaram condições ideais ao desenvolvimento das lavouras ao longo de toda a safra.
Mas com o término do bloqueio atmosférico e consequente avanço das frentes frias, os últimos dias foram com chuvas intermitentes, o que causa a paralisação da colheita em Mato Grosso, hoje em 38%. Ainda não há constatação de perdas, mas com a previsão de chuvas ao longo dos próximos 15 dias, as perdas por excesso de dias chuvosos irão aparecer por todo o Estado.
Para os próximos dias são esperadas mais chuvas em todo o Brasil, porém muitas dessas chuvas sobre as regiões Sul, Sudeste e Nordeste deverão vir na forma de pancadas, com maior abrangência. Mesmo assim, não serão suficientes para elevar os níveis de umidade do solo a patamares mais confortáveis.
Entretanto, essas chuvas irão paralisar as perdas e dar uma condição mais favorável ao desenvolvimento das lavouras em todo o Brasil. O grande problema ficará para Mato Grosso e Goiás que terão chuvas ininterruptas nessas próximas duas semanas, atrapalhando o pleno andamento da colheita e podendo afetar não só a produtividade, mas principalmente a qualidade dos grãos. Muitos produtores estão colhendo com teores de umidade acima dos 28% e, dessa forma, começaram a aparecer lotes com grãos ardidos.
As chuvas previstas para a segunda quinzena de fevereiro irão ser mais benéficas do que prejudiciais ao país, uma vez estancarão as perdas e melhorarão as condições ao desenvolvimento das lavouras de ciclo mais tardio. Outro fato importante é que com o retorno das chuvas a alta incidência de pragas deverá diminuir, favorecendo ainda mais o desenvolvimento das lavouras.