O produtor rural Luiz Alberto Moraes Novaes ainda tem na memória a colheita de soja na safra 2010/2011. O excesso de chuva nos meses de janeiro e fevereiro comprometeu a qualidade dos grãos, situação que ficou pior na hora de entregar a produção.
– Muitas cargas foram classificadas muito abaixo do que esperávamos, com diferenças enormes de uma empresa para outra – diz Novaes.
Essas diferenças, consideradas, em alguns casos, absurdas, têm sido uma constate preocupação entre os produtores. A luta é antiga. O que o setor quer é que no Brasil se adote uma padronização quando o assunto é classificação de grãos.
Enquanto isso, a melhor alternativa para o produtor é ficar atento na hora de entregar o produto. Um funcionário qualificado pode fazer toda a diferença. Em um curso oferecido pelo Senar de Mato Grosso do Sul, os estudantes saem habilitados para classificar milho e soja tipo dois, onde a tolerância para grãos avariados é de 8%, de acordo com normativa do Ministério da Agricultura .
O estudante Rafael de Oliveira faz o curso pela primeira vez. Hoje trabalha com a família, mas pretende ter independência econômica e decidiu apostar neste mercado, onde a renumeração incial pode chegar a R$ 1,2 mil mensais.
A classificadora de grãos Noilza Louveira já trabalha há dois anos como classificadora. É a quinta vez que faz o curso para aprimorar os conhecimentos.
– Sempre tem o que atualizar – diz Noilza.
Ter um funcionário qualificado na classificação, mais do que separar os grãos avariados, é uma ferramenta para melhorar a qualidade. Se na classificação, por exemplo, aparecerem muitos grãos quebrados, o problema pode ser uma má regulagem da colhedeira, que ajustada pode evitar prejuízos.